Paulo não foi um seguidor presencial de Jesus Cristo. Passou a segui-lo anos mais tarde, de oito a dez anos após a sua crucificação. Paulo não andou com Jesus, não ouviu suas palavras, não contemplou seus gestos, não aprendeu lições diretamente com ele, mas foi um dos seus maiores propagadores.
Características negativas da personalidade de Paulo - Paulo era um jovem radical, extremamente agressivo e discriminador. Foi o mais culto dos discípulos; mas, antes de tornar-se cristão, foi também o mais arrogante e violento. Suas verdades eram absolutas. Para ele, o mundo era do tamanho dos seus preconceitos. Sua capacidade de excluir pessoas que pensavam contrariamente às suas tradições era impressionante.
Ele não se contentou em ter um discurso ferrenho contra os seguidores de Jesus de Nazaré. Para ele, eles eram uma praga que devia ser extirpada da sociedade. Se houvesse metralhadora na sua época, eles seriam extirpados a bala, mas como não havia, usavam as pedras. Era um fim mais lento e doloroso.
Para Paulo, Jesus não passava de um herético, de um enganador, de um corpo estranho em Israel. O que impressiona em sua personalidade era que nenhum cristão o havia ferido diretamente, mas ele se achava o mais lesado dos homens. Tinha aversão pelas pessoas sem conhecê-las, pelo simples fato de pensarem contrariamente às ideias da sua religião.
Levou os seguidores de Jesus à morte e viu neles o desespero, mas isso não lhe tocou a emoção. Os pais clamavam por misericórdia, mas ele permanecia insensível. As mães suplicavam piedade, pois tinham seus filhos para criar, mas ele as encerrava em prisões. Paulo, querendo seguir a tradição dos judeus, se tornara insensível.
A cena de Estevão foi chocante. Ele ouviu esse amável e inteligente homem discursar. Estevão brilhou nas suas ideias. Mas provocou a ira dos judeus. Eles pegaram pedras e o lincharam publicamente. Paulo assistiu à cena e consentiu na sua morte. Parecia destituído de sentimentos. As primeiras pedras esfacelaram seu corpo. Romperam músculos e artérias. Produziram hemorragias e uma dor indecifrável. Estevão agonizava lentamente. Paulo permanecia insensível, sua emoção estava tão petrificada como a dos homens mais agressivos do hoje conflito palestino-judeu.
Era o mais hábil intelectualmente e o mais violento socialmente. Se fosse um líder da sua nação, poderia causar graves problemas sociais, pois não toleraria seus contrários, os dizimaria. É simplesmente incrível como ele mudou.
Paulo disse na carta aos efésios que se considerava o menor de todos os cristãos.
Suas palavras não são apenas o reflexo da sua humildade, mas revelam o clamor das suas lembranças. Ele não se esqueceu do que fez. Embora tivesse superado seus conflitos, eles geraram cicatrizes inesquecíveis. Essas cicatrizes estão contidas claras ou nas entrelinhas de todas as suas cartas. As lágrimas e as feridas que provocou jamais se apagaram dos solos da sua memória.
Características positivas da personalidade de Paulo - Era uma pessoa de um conhecimento invejável. Sabia falar o hebraico, o grego e o aramaico. Sua coragem, perspicácia e capacidade de argumentação expressas em seus escritos são espantosas. Ele devia ter os traços dessas características desde a sua adolescência. Nos tempos atuais, ele conseguiria assumir o controle de qualquer equipe de políticos e intelectuais.
Paulo era um jovem empreendedor. Aproveitava as oportunidades para cumprir suas metas. Era um excelente orador. Embora fosse exclusivista e preconceituoso, havia uma inquietação dentro do seu ser. Ele buscava respostas.
Apesar de cometer atitudes inumanas, era fiel à sua consciência. Não tinha receio de expressar seus pensamentos em público. Corria risco de morrer, mas não se calava. Ninguém no mundo o convenceria a mudar as suas convicções, a não ser a sua própria consciência. Por isso, ele se tornou um discípulo de modo totalmente diferente dos demais. Aquilo em que ele acreditava controlava o seu ser. Foi drástico nas perseguições, mas quando aprendeu a amar o mestre da vida, ninguém se entregou tanto por esta causa. Fonte: Augusto Cury.
terça-feira, 28 de maio de 2013
domingo, 26 de maio de 2013
Francisco e uma nova Igreja Católica
O Papa Francisco surpreende e causa polêmica: depois afirmar que os ateus também “podem ser salvos”, desta vez defendeu que a Igreja Católica não deve estar fechada aos pecadores. Textualmente: "Jesus instituiu sete sacramentos e, com este tipo de atitude, estamos criando um oitavo, o sacramento da alfândega pastoral", Foi enfático: “somos muitas vezes controladores da fé, em vez de facilitadores". O Papa deu como exemplo um padre que recusa batizar uma criança filha de uma mãe solteira. "Esta mulher teve a coragem de continuar a gravidez [...]. E o que encontra? Uma porta fechada".
Benditas palavras: "isto não é zelo, isto é distância de Deus. Quando fazemos este caminho com esta atitude não estamos a ajudar o povo de Deus", acrescentou Jorge Bergoglio que, quando era o arcebispo de Buenos Aires, incentivou padres e bispos a batizarem as crianças nascidas fora do casamento.
Recentemente, assessorei a Pastoral da Juventude (PJ) Estadual, a convite da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, assim como a PJ da Diocese de Bagé, que se preparam para a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro, na segunda metade de julho, fazendo com que jovens católicos venham ao Brasil para momentos de reflexão, oração e confraternização, com a presença do papa Francisco.
Em princípio, os organizadores do evento estimam em milhões, o número daqueles que dedicarão seu tempo a reforçar sua fé e fazer da Jornada uma alavanca para as mudanças que o papa tem afirmado e naquilo que tem testemunhado. O primeiro encontro de Francisco com jovens de todas as origens será um espetáculo capaz de comover e também motivar aqueles que, mesmo lá não estando, têm a sensibilidade de ver que, no atual momento da Igreja Católica no Mundo, este testemunho nas palavras e no testemunho, além de comover, arrasta!
Hoje, poderemos fazer mais ainda: à frente da Igreja Católica está um homem que não pretende atender à pauta da mídia, mas que, no dito e no que já fez, mostrou ter pulso para dizer que não precisamos de vaidosos, carreiristas e homens que disputam poder. Esta nova Igreja abre mão de tudo aquilo que a afasta de suas origens!
Em uma de suas manifestações recentes, Francisco pediu para que façamos “uma igreja alegre, em Jesus”. Uma receita simples como quando repete que deve ser “pobre com os pobres”. Somente nestas duas frases, teríamos muitas reflexões e muitas ações: a Jornada Mundial da Juventude vai ter e espraiar muita alegria. E, voltando às suas paróquias e comunidades, motivar os jovens a buscarem aqueles que foram a causa de muitos dos principais momentos narrados nos Evangelhos: o Deus que, encarnado, foi capaz de ser solidário! Uma mensagem que se alinha com o discurso do papa e que nos faz rezar para que refaçamos suas pegadas à beira do Mar da Galileia, na busca em atender àqueles que foram marginalizados fora e dentro dos muros da nossa santa e pecadora Igreja Católica, Apostólica, Romana!
Benditas palavras: "isto não é zelo, isto é distância de Deus. Quando fazemos este caminho com esta atitude não estamos a ajudar o povo de Deus", acrescentou Jorge Bergoglio que, quando era o arcebispo de Buenos Aires, incentivou padres e bispos a batizarem as crianças nascidas fora do casamento.
Recentemente, assessorei a Pastoral da Juventude (PJ) Estadual, a convite da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, assim como a PJ da Diocese de Bagé, que se preparam para a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro, na segunda metade de julho, fazendo com que jovens católicos venham ao Brasil para momentos de reflexão, oração e confraternização, com a presença do papa Francisco.
Em princípio, os organizadores do evento estimam em milhões, o número daqueles que dedicarão seu tempo a reforçar sua fé e fazer da Jornada uma alavanca para as mudanças que o papa tem afirmado e naquilo que tem testemunhado. O primeiro encontro de Francisco com jovens de todas as origens será um espetáculo capaz de comover e também motivar aqueles que, mesmo lá não estando, têm a sensibilidade de ver que, no atual momento da Igreja Católica no Mundo, este testemunho nas palavras e no testemunho, além de comover, arrasta!
Hoje, poderemos fazer mais ainda: à frente da Igreja Católica está um homem que não pretende atender à pauta da mídia, mas que, no dito e no que já fez, mostrou ter pulso para dizer que não precisamos de vaidosos, carreiristas e homens que disputam poder. Esta nova Igreja abre mão de tudo aquilo que a afasta de suas origens!
Em uma de suas manifestações recentes, Francisco pediu para que façamos “uma igreja alegre, em Jesus”. Uma receita simples como quando repete que deve ser “pobre com os pobres”. Somente nestas duas frases, teríamos muitas reflexões e muitas ações: a Jornada Mundial da Juventude vai ter e espraiar muita alegria. E, voltando às suas paróquias e comunidades, motivar os jovens a buscarem aqueles que foram a causa de muitos dos principais momentos narrados nos Evangelhos: o Deus que, encarnado, foi capaz de ser solidário! Uma mensagem que se alinha com o discurso do papa e que nos faz rezar para que refaçamos suas pegadas à beira do Mar da Galileia, na busca em atender àqueles que foram marginalizados fora e dentro dos muros da nossa santa e pecadora Igreja Católica, Apostólica, Romana!
sábado, 25 de maio de 2013
Atos dos Apóstolos 2
Principais acontecimentos - O Livro de Atos inicia-se com a ascensão de Jesus, que determinou a seus discípulos permanecerem em Jerusalém até que fossem revestidos com por uma unção celestial que é descrita nos fatos ocorridos durante o dia de Pentecostes. Os capítulos seguintes relatam os primeiros momentos da igreja primitiva na Palestina sob a liderança de Pedro, as primeiras conversões de judeus e depois dos gentios, o violento martírio de Estêvão por apedrejamento, a conversão do perseguidor Paulo que se torna a partir de então um apóstolo, mencionando depois as missões deste pelas regiões orientais do mundo romano.
Pode-se dizer que do começo até o capítulo 12, o Livro de Atos enfoca o ministério de Pedro, em que, depois da ressurreição de Jesus Cristo e do Pentecostes, o apóstolo pregou corajoso e realizando muitos milagres, relatando, em síntese, o estabelecimento e a expansão da Igreja pelas regiões da Judeia e de Samaria, seguindo para alguns países da Ásia Menor.
A outra metade centraliza-se no ministério de Paulo e ser subdividido em seis partes:
1. a primeira viagem missionária liderada por Paulo e Barnabé;
2. o Concílio de Jerusalém;
3. a terceira viagem missionária de Paulo em que o Evangelho é levado à Europa;
4. o julgamento de Paulo;
5. a viagem de Paulo a Roma.
Importante destacar que no livro de Atos é narrada a rejeição contínua do Evangelho pela maioria dos judeus, o que levou à proclamação das Boas Novas aos povos gentios, principalmente por Paulo.
Estabelecimento da Igreja - Narra o livro de Atos que, antes de subir aos céus, Jesus determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que recebessem o poder do alto através do Espírito Santo e que a partir de então eles se tornariam suas testemunhas até os confins da terra. Enquanto aguardavam o cumprimento da promessa, foi escolhido o nome de Matias em substituição a Judas Iscariotes que tinha suicidado.
Com a descida do Espírito Santo, ocorre uma experiência sobrenatural em que os judeus de outras nacionalidades presentes na festa ouviram os discípulos falando em seus próprios idiomas, o que chamou a atenção de uma multidão de pessoas para o local onde estavam reunidos. Pedro inicia um discurso explicando os acontecimentos em que três mil pessoas são convertidas e foram batizados, passando a congregar levando uma vida de comunitária de muita oração onde se presenciavam prodígios e milagres feitos pelos apóstolos.
Os cristãos primitivos tinham todos os seus bens em comum, o que parece ter se mantido por anos na igreja de Jerusalém. "Ninguém considerava exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuía" e que os que eram donos de propriedades vendiam suas terras ou casas e depositavam o valor da venda perante os apóstolos para que houvesse distribuição entre os que tinham necessidades materiais.
Um milagre importante, a cura de um homem coxo de nascença que pedia esmola na porta do Templo, é relatado logo no capítulo 3 do livro, o que provoca a prisão de Pedro e do Apóstolo João que são trazidos perante o Sinédrio. Repreendidos pelas autoridades judaicas para que não pregassem mais no nome de Jesus, os dois apóstolos, os quais responderam que estavam praticando a vontade de Deus e não dos homens. Novas prisões dos apóstolos ocorrem, pois o crescimento da Igreja incomodava o sumo sacerdote e a seita dos saduceus. Porém, com o parecer dado pelo rabino Gamaliel, o Sinédrio resolve libertar Pedro e os demais, depois de castigá-los com açoites.
Narra o capítulo 10 de Atos que Simão Pedro, encontrando-se em Jope, recebe uma visão em que Deus lhe ordena alimentar-se de vários animais considerados imundos ou impróprios para o consumo (v.11), conforme a lei mosaica. Pedro entende então o real significado. A visão não o estava pedindo ou mudando a lei no que se refere a carne de animais imundos, mas que Deus estava o orientando para não fazer discriminação, pois o evangelho deveria ser pregado a todos independente da origem, judeus ou gentios (v.28). Entendendo isso, Pedro prega o Evangelho na casa de um centurião romano de Cesareia chamado Cornélio, o qual se converte juntamente com todos os que ouviram o discurso do apóstolo, sendo depois batizados. Por este motivo, Pedro é questionado pelos outros apóstolos e cristãos da Judeia que se convencem. (Fonte: Wikipedia)
Pode-se dizer que do começo até o capítulo 12, o Livro de Atos enfoca o ministério de Pedro, em que, depois da ressurreição de Jesus Cristo e do Pentecostes, o apóstolo pregou corajoso e realizando muitos milagres, relatando, em síntese, o estabelecimento e a expansão da Igreja pelas regiões da Judeia e de Samaria, seguindo para alguns países da Ásia Menor.
A outra metade centraliza-se no ministério de Paulo e ser subdividido em seis partes:
1. a primeira viagem missionária liderada por Paulo e Barnabé;
2. o Concílio de Jerusalém;
3. a terceira viagem missionária de Paulo em que o Evangelho é levado à Europa;
4. o julgamento de Paulo;
5. a viagem de Paulo a Roma.
Importante destacar que no livro de Atos é narrada a rejeição contínua do Evangelho pela maioria dos judeus, o que levou à proclamação das Boas Novas aos povos gentios, principalmente por Paulo.
Estabelecimento da Igreja - Narra o livro de Atos que, antes de subir aos céus, Jesus determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que recebessem o poder do alto através do Espírito Santo e que a partir de então eles se tornariam suas testemunhas até os confins da terra. Enquanto aguardavam o cumprimento da promessa, foi escolhido o nome de Matias em substituição a Judas Iscariotes que tinha suicidado.
Com a descida do Espírito Santo, ocorre uma experiência sobrenatural em que os judeus de outras nacionalidades presentes na festa ouviram os discípulos falando em seus próprios idiomas, o que chamou a atenção de uma multidão de pessoas para o local onde estavam reunidos. Pedro inicia um discurso explicando os acontecimentos em que três mil pessoas são convertidas e foram batizados, passando a congregar levando uma vida de comunitária de muita oração onde se presenciavam prodígios e milagres feitos pelos apóstolos.
Os cristãos primitivos tinham todos os seus bens em comum, o que parece ter se mantido por anos na igreja de Jerusalém. "Ninguém considerava exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuía" e que os que eram donos de propriedades vendiam suas terras ou casas e depositavam o valor da venda perante os apóstolos para que houvesse distribuição entre os que tinham necessidades materiais.
Um milagre importante, a cura de um homem coxo de nascença que pedia esmola na porta do Templo, é relatado logo no capítulo 3 do livro, o que provoca a prisão de Pedro e do Apóstolo João que são trazidos perante o Sinédrio. Repreendidos pelas autoridades judaicas para que não pregassem mais no nome de Jesus, os dois apóstolos, os quais responderam que estavam praticando a vontade de Deus e não dos homens. Novas prisões dos apóstolos ocorrem, pois o crescimento da Igreja incomodava o sumo sacerdote e a seita dos saduceus. Porém, com o parecer dado pelo rabino Gamaliel, o Sinédrio resolve libertar Pedro e os demais, depois de castigá-los com açoites.
Narra o capítulo 10 de Atos que Simão Pedro, encontrando-se em Jope, recebe uma visão em que Deus lhe ordena alimentar-se de vários animais considerados imundos ou impróprios para o consumo (v.11), conforme a lei mosaica. Pedro entende então o real significado. A visão não o estava pedindo ou mudando a lei no que se refere a carne de animais imundos, mas que Deus estava o orientando para não fazer discriminação, pois o evangelho deveria ser pregado a todos independente da origem, judeus ou gentios (v.28). Entendendo isso, Pedro prega o Evangelho na casa de um centurião romano de Cesareia chamado Cornélio, o qual se converte juntamente com todos os que ouviram o discurso do apóstolo, sendo depois batizados. Por este motivo, Pedro é questionado pelos outros apóstolos e cristãos da Judeia que se convencem. (Fonte: Wikipedia)
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Judas Iscariotes
Era moderado, dosado, discreto, equilibrado e sensato. Do que podemos observar nas quatro biografias ou evangelhos de Jesus, nada há que desabone o comportamento de Judas. Não há elementos que indiquem se era tenso, ansioso ou inquieto. Não há relatos de que tenha ofendido alguém nem que tenha tomado uma atitude agressiva ou impensada. Jesus chamou a atenção de Pedro e de João diversas vezes. Chamou a atenção de Tome pela sua incredulidade. A Felipe disse: "Há tanto tempo estou convosco e não me conheces?" Entretanto, Jesus jamais chamou a atenção de Judas, a não ser na noite em que foi traído.
Certa vez, Judas repreendeu Maria, irmã de Lázaro, por derramar um perfume caríssimo na cabeça de Jesus. Ele achou sua atitude um desperdício. Disse que aquele perfume deveria ser vendido e o dinheiro arrecadado deveria ser dado aos pobres. Aparentemente, ele era o que mais pensava nos outros, o mais moralista e sensível dos discípulos.
Tinha tudo para brilhar, mas aprisionou-se no calabouço dos seus conflitos. Judas era o mais bem preparado dos discípulos. Por que ele o traiu? Por que não superou o sentimento de culpa gerado pela sua traição? A negação de Pedro não foi menos séria do que a traição de Judas. Por que eles seguiram caminhos tão distintos diante de erros tão graves?
Um de conflitos de Judas advinha da sua relação com Jesus. Judas ficava perturbado com os paradoxos que o acompanhavam. Jesus contrariava o raciocínio lógico e linear, mesmo dos dias atuais. Ele revelou uma oratória sem precedente, mas logo depois de deixar as multidões extasiadas com suas ideias, procurava o anonimato. Demonstrou um poder para atuar no mundo físico e solucionar doenças, capaz de deixar atônita a física e a medicina modernas, mas jamais usava seu poder para que o mundo se dobrasse aos seus pés. Ele se dizia imortal, mas comentava que morreria como o mais vil dos mortais pendurado numa trave de madeira. Ele deixou insones os líderes de Israel por causa da sua inteligência, mas não procurava convencê-los a tomar a sua causa.
Para Judas, o problema da sua nação era o cárcere do império romano; para Jesus, o problema era muito mais grave, era o cárcere da emoção, o cárcere das zonas de conflitos as quais estão nas matrizes da memória. O problema estava na essência do ser humano. Jesus discorria de múltiplas formas que o ser humano só seria livre se fosse livre dentro de si mesmo, se seu espírito fosse transformado, se a fonte dos seus pensamentos fosse renovada, reescrita.
Jesus teve a ousadia de confiar a bolsa das ofertas a Judas. Por quê? Ele desejava que Judas revisse a sua história enquanto cuidava das finanças do grupo. A educação de Jesus era ilibada. Ele nunca pediu conta dos erros das pessoas. Nunca inquiriu das prostitutas com quem e com quantos homens elas haviam dormido. Ele jamais acusou Judas de ladrão Jesus não tinha medo de perder o dinheiro roubado por Judas, ele tinha medo de perder o próprio Judas. Ele sabia que quem é desonesto rouba a si mesmo. Rouba o quê? Rouba sua tranquilidade, sua serenidade, seu amor pela vida. O coração de Judas estava doente, não amava nem Jesus nem a si mesmo. Os transtornos de personalidade de Judas, tipificados pelos espinhos, eram seu grande teste. O homem mais doente não é aquele que tem a pior doença, mas aquele que não reconhece que está doente. (fonte: Augusto Cury)
Doce palavra
Quando nascemos, balbuciamos, mas não sabemos dizer;
Depois é tempo de apenas ser capaz de articular alguma sílaba;
Quando se diz seu nome pela primeira vez,
para ela, desaparecem todas as dores, as noites em claro, as angústias da ansiedade e das preocupações.
Passamos o resto de nossas vidas pronunciando, com carinho e respeito, uma palavra que abala o Universo.
Conhecemos ela madura, acompanhamos seu envelhecimento, depois a vemos fenecer. É a vez em que tudo o que recebemos pode ser retribuído!
Nas ânsias, nos momentos tristes, quando queremos um conforto:
MÃE!
É palavra sagrada que Deus, mesmo não precisando, quis ter uma para sentir o humano de sua criação!
(Escrevi lembrando das muitas mães, as que comigo convivem, em especial, no caso, as da Oficina de Espiritualidade)
Certa vez, Judas repreendeu Maria, irmã de Lázaro, por derramar um perfume caríssimo na cabeça de Jesus. Ele achou sua atitude um desperdício. Disse que aquele perfume deveria ser vendido e o dinheiro arrecadado deveria ser dado aos pobres. Aparentemente, ele era o que mais pensava nos outros, o mais moralista e sensível dos discípulos.
Tinha tudo para brilhar, mas aprisionou-se no calabouço dos seus conflitos. Judas era o mais bem preparado dos discípulos. Por que ele o traiu? Por que não superou o sentimento de culpa gerado pela sua traição? A negação de Pedro não foi menos séria do que a traição de Judas. Por que eles seguiram caminhos tão distintos diante de erros tão graves?
Um de conflitos de Judas advinha da sua relação com Jesus. Judas ficava perturbado com os paradoxos que o acompanhavam. Jesus contrariava o raciocínio lógico e linear, mesmo dos dias atuais. Ele revelou uma oratória sem precedente, mas logo depois de deixar as multidões extasiadas com suas ideias, procurava o anonimato. Demonstrou um poder para atuar no mundo físico e solucionar doenças, capaz de deixar atônita a física e a medicina modernas, mas jamais usava seu poder para que o mundo se dobrasse aos seus pés. Ele se dizia imortal, mas comentava que morreria como o mais vil dos mortais pendurado numa trave de madeira. Ele deixou insones os líderes de Israel por causa da sua inteligência, mas não procurava convencê-los a tomar a sua causa.
Para Judas, o problema da sua nação era o cárcere do império romano; para Jesus, o problema era muito mais grave, era o cárcere da emoção, o cárcere das zonas de conflitos as quais estão nas matrizes da memória. O problema estava na essência do ser humano. Jesus discorria de múltiplas formas que o ser humano só seria livre se fosse livre dentro de si mesmo, se seu espírito fosse transformado, se a fonte dos seus pensamentos fosse renovada, reescrita.
Jesus teve a ousadia de confiar a bolsa das ofertas a Judas. Por quê? Ele desejava que Judas revisse a sua história enquanto cuidava das finanças do grupo. A educação de Jesus era ilibada. Ele nunca pediu conta dos erros das pessoas. Nunca inquiriu das prostitutas com quem e com quantos homens elas haviam dormido. Ele jamais acusou Judas de ladrão Jesus não tinha medo de perder o dinheiro roubado por Judas, ele tinha medo de perder o próprio Judas. Ele sabia que quem é desonesto rouba a si mesmo. Rouba o quê? Rouba sua tranquilidade, sua serenidade, seu amor pela vida. O coração de Judas estava doente, não amava nem Jesus nem a si mesmo. Os transtornos de personalidade de Judas, tipificados pelos espinhos, eram seu grande teste. O homem mais doente não é aquele que tem a pior doença, mas aquele que não reconhece que está doente. (fonte: Augusto Cury)
Doce palavra
Quando nascemos, balbuciamos, mas não sabemos dizer;
Depois é tempo de apenas ser capaz de articular alguma sílaba;
Quando se diz seu nome pela primeira vez,
para ela, desaparecem todas as dores, as noites em claro, as angústias da ansiedade e das preocupações.
Passamos o resto de nossas vidas pronunciando, com carinho e respeito, uma palavra que abala o Universo.
Conhecemos ela madura, acompanhamos seu envelhecimento, depois a vemos fenecer. É a vez em que tudo o que recebemos pode ser retribuído!
Nas ânsias, nos momentos tristes, quando queremos um conforto:
MÃE!
É palavra sagrada que Deus, mesmo não precisando, quis ter uma para sentir o humano de sua criação!
(Escrevi lembrando das muitas mães, as que comigo convivem, em especial, no caso, as da Oficina de Espiritualidade)
terça-feira, 21 de maio de 2013
Liturgia do cargo
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, novamente mostrou que não tem papas na língua e foi direto ao fígado dos congressistas: declarou que os senhores parlamentares se juntam em “partidos de mentirinha”, apenas para conquistar poder, sem um projeto político e consistência ideológica; e que são submissos ao poder executivo.
Nada que fira a verdade, até porque todos sabem que é assim mesmo, tendo em vista a existência de mais de 20 partidos, muitos desconhecidos, servindo, apenas, como siglas de aluguel. Por outro lado, a subserviência foi constatada quando, em recente negociação para aprovar a medida provisória dos portos, a grande moeda de troca foi a liberação das verbas das emendas de deputados e senadores.
A grande reclamação era de que o ministro havia ferido a “liturgia do cargo”, não podendo, no exercício de outro poder, interferir no legislativo. Posso estar errado, mas, além de falar como professor de Direito, Joaquim Barbosa também falou como cidadão, representando a todos nós que não temos condições de dizer tão alto e em tão bom tom verdades que ficam nas entrelinhas, sendo murmuradas, enquanto os escândalos se sucedem, inclusive no Poder Judiciário. Veja-se, agora, a utilização por parte das esposas dos ministros de passagens aéreas às custas do povo, que, se é legal, não deixa de ser imoral!
Fui para a Internet e encontrei uma boa definição para a expressão “liturgia do cargo”, por Adão Paiani: “foi cunhada para expressar o comportamento que se espera de ocupantes de altos postos, em especial na função pública, e assim como a ética, deveria ser um conceito natural, facilmente perceptível e de entendimento tranquilo por quem recebe a missão de representar ou conduzir seus pares, os demais cidadãos. Mais do que o apego aos rapapés e mesuras, é a consciência do significado de se ocupar uma posição de destaque, de representatividade, de mando, de responsabilidade.”
Perfeito. Em nenhum momento fala que o cidadão ocupante de cargo deve se omitir do seu direito de emitir conceitos e de criticar. Pelo contrário, está no exercício de uma função pública, onde, inclusive, pode ser cobrado a dar explicações sobre seus atos e conceitos que emitir! Embora ainda lento e com resquícios de um tempo em que tudo era permitido para aqueles que chegam ao poder, o Judiciário tem sido a casa crítica para não permitir que legislativo e judiciário se fantasiem de virgens vestais, enquanto atropelam a legislação.
Mesmo que em alguns momentos, o senso de humor do senhor Joaquim Barbosa seja inoportuno e duvidoso, no geral ele está permitindo que o brasileiro acredite que ainda existe esperança de moralizar uma máquina que está tacanha, acovardada e que auto consome os recursos que deveriam servir à execução dos serviços públicos que todos esperam de um governante.
Nada que fira a verdade, até porque todos sabem que é assim mesmo, tendo em vista a existência de mais de 20 partidos, muitos desconhecidos, servindo, apenas, como siglas de aluguel. Por outro lado, a subserviência foi constatada quando, em recente negociação para aprovar a medida provisória dos portos, a grande moeda de troca foi a liberação das verbas das emendas de deputados e senadores.
A grande reclamação era de que o ministro havia ferido a “liturgia do cargo”, não podendo, no exercício de outro poder, interferir no legislativo. Posso estar errado, mas, além de falar como professor de Direito, Joaquim Barbosa também falou como cidadão, representando a todos nós que não temos condições de dizer tão alto e em tão bom tom verdades que ficam nas entrelinhas, sendo murmuradas, enquanto os escândalos se sucedem, inclusive no Poder Judiciário. Veja-se, agora, a utilização por parte das esposas dos ministros de passagens aéreas às custas do povo, que, se é legal, não deixa de ser imoral!
Fui para a Internet e encontrei uma boa definição para a expressão “liturgia do cargo”, por Adão Paiani: “foi cunhada para expressar o comportamento que se espera de ocupantes de altos postos, em especial na função pública, e assim como a ética, deveria ser um conceito natural, facilmente perceptível e de entendimento tranquilo por quem recebe a missão de representar ou conduzir seus pares, os demais cidadãos. Mais do que o apego aos rapapés e mesuras, é a consciência do significado de se ocupar uma posição de destaque, de representatividade, de mando, de responsabilidade.”
Perfeito. Em nenhum momento fala que o cidadão ocupante de cargo deve se omitir do seu direito de emitir conceitos e de criticar. Pelo contrário, está no exercício de uma função pública, onde, inclusive, pode ser cobrado a dar explicações sobre seus atos e conceitos que emitir! Embora ainda lento e com resquícios de um tempo em que tudo era permitido para aqueles que chegam ao poder, o Judiciário tem sido a casa crítica para não permitir que legislativo e judiciário se fantasiem de virgens vestais, enquanto atropelam a legislação.
Mesmo que em alguns momentos, o senso de humor do senhor Joaquim Barbosa seja inoportuno e duvidoso, no geral ele está permitindo que o brasileiro acredite que ainda existe esperança de moralizar uma máquina que está tacanha, acovardada e que auto consome os recursos que deveriam servir à execução dos serviços públicos que todos esperam de um governante.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
O crepitar de uma saudade
Deixa o frio do lado de fora.
Fecha a porta e pode ir tirando o casaco.
Chega pra perto do fogo, esquenta as mãos,
aproveita o chiado da brasa que se forma
por baixo da chapa.
Tens tempo, tens muito tempo.
A chaleira já tem água quente.
O chimarrão está te esperando.
Aquece o corpo e a alma!
A sombra da saudade -
uma mãe, tia, avó -
estará mechendo as comidas
que já começam a exalar o cheiro
de todos os tempos da memória!
Pega uma banqueta e senta onde
possas ver o crepitar do fogo!
É jeito certo para que as lembranças
venham desenhar um sentimento
de gratidão em teu peito.
Quando o Minuano fizer sua peregrinação, lá fora,
aproveita o pelego para o banco
e te enrosca num ponche.
A noite é tua companheira, sorve cada momento
com a certeza de que o hoje e o ontem
estão muito pertos, especialmente quando
nos damos o direito de ainda sonhar!
Fecha a porta e pode ir tirando o casaco.
Chega pra perto do fogo, esquenta as mãos,
aproveita o chiado da brasa que se forma
por baixo da chapa.
Tens tempo, tens muito tempo.
A chaleira já tem água quente.
O chimarrão está te esperando.
Aquece o corpo e a alma!
A sombra da saudade -
uma mãe, tia, avó -
estará mechendo as comidas
que já começam a exalar o cheiro
de todos os tempos da memória!
Pega uma banqueta e senta onde
possas ver o crepitar do fogo!
É jeito certo para que as lembranças
venham desenhar um sentimento
de gratidão em teu peito.
Quando o Minuano fizer sua peregrinação, lá fora,
aproveita o pelego para o banco
e te enrosca num ponche.
A noite é tua companheira, sorve cada momento
com a certeza de que o hoje e o ontem
estão muito pertos, especialmente quando
nos damos o direito de ainda sonhar!
domingo, 19 de maio de 2013
Atos dos Apóstolos 1
O Evangelho de Lucas e o livro de Atos formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, os quais dariam hoje o nome de História das Origens Cristãs. Lucas provavelmente não atribuiu a este segundo livro um título próprio. Somente quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro e colocado junto com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar um título ao segundo volume. Isso se deu muito cedo, por volta de 150 dC. Tanto em sua intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é diferente dos quatro evangelhos.
O objetivo desse livro é mostrar a ação do Espírito Santo na primeira comunidade cristã e, por ela, no mundo em redor. O conteúdo do livro não corresponde ao seu título, porque não se fala de todos os apóstolos, mas somente de Pedro e de Paulo. João e Felipe aparecem apenas como figurantes. Entretanto, não são os atos desses apóstolos que achamos no livro, mas antes a história da difusão do Evangelho, de Jerusalém até Roma.
Enquanto a identidade exata do autor é debatida, o consenso é que este trabalho foi composto por um gentio de fala grega que escreveu para uma audiência de cristãos gentios. Os Pais da Igreja afirmaram que Lucas era médico, sírio de Antioquia e um adepto do Apóstolo Paulo. O autor de Atos invocou várias fontes, bem como a tradição oral, na construção de sua obra do início da igreja e do ministério de Paulo. A prova disso é encontrada no prólogo do Evangelho de Lucas, onde o autor faz alusão às suas fontes, escrevendo: Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo, para que tenhas a certeza das coisas que te foram ensinadas.
Acredita-se que o autor de Atos não teve acesso a coleção de cartas de Paulo. Uma parte das evidências sugere que, apesar do livro citar o autor acompanhando Paulo em boa parte de suas viagens, Atos nunca cita diretamente nenhuma das Epístolas paulinas, nem menciona que Paulo escrevia cartas. As discrepâncias entre as epístolas paulinas e Atos apoia ainda a conclusão de que o autor de Atos não tem acesso a essas epístolas ao redigir seu livro.
Entretanto, a melhor explicação para o uso do pronome nós a partir de Atos 16 é que o próprio Lucas esteve com Paulo nessas ocasiões. A sua lembrança como testemunha ocular, juntamente com o contato pessoal bastante próximo com o apóstolo Paulo, explica melhor o material de Atos 16-28. Por fim, foi nessa região que surgiram algumas controvérsias e alguns protestos públicos contra ele (por exemplo, Atos 19:23-41). Sendo assim, o trabalho de Lucas seria uma tentativa de fazer uma apologia da Igreja Primitiva contra as acusações da Sinagoga que pretendia influencias a política romana. É bom lembrar que o judaísmo tinha muita força na Ásia
Precisão histórica - A questão-chave da controversa da historicidade do livro é a descrição que Lucas faz de Paulo. Atos descreve Paulo diferente de como ele descreve a si mesmo em suas epístolas, tanto historicamente quanto teologicamente. Atos difere das cartas de Paulo sobre questões importantes, tais como a Lei, o apostolado de Paulo, bem como sua relação com a Igreja de Jerusalém. Os estudiosos geralmente preferem os relatos de Paulo. O cerco e destruição de Jerusalém, por David Roberts. Para os especialistas, a não menção da rebelião judaica e da destruição da cidade ocorrida em 70 dC aponta para uma data anterior ao episódio. (Fonte: Wikipedia)
Continuamos no dia 27 de maio.
O objetivo desse livro é mostrar a ação do Espírito Santo na primeira comunidade cristã e, por ela, no mundo em redor. O conteúdo do livro não corresponde ao seu título, porque não se fala de todos os apóstolos, mas somente de Pedro e de Paulo. João e Felipe aparecem apenas como figurantes. Entretanto, não são os atos desses apóstolos que achamos no livro, mas antes a história da difusão do Evangelho, de Jerusalém até Roma.
Enquanto a identidade exata do autor é debatida, o consenso é que este trabalho foi composto por um gentio de fala grega que escreveu para uma audiência de cristãos gentios. Os Pais da Igreja afirmaram que Lucas era médico, sírio de Antioquia e um adepto do Apóstolo Paulo. O autor de Atos invocou várias fontes, bem como a tradição oral, na construção de sua obra do início da igreja e do ministério de Paulo. A prova disso é encontrada no prólogo do Evangelho de Lucas, onde o autor faz alusão às suas fontes, escrevendo: Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo, para que tenhas a certeza das coisas que te foram ensinadas.
Acredita-se que o autor de Atos não teve acesso a coleção de cartas de Paulo. Uma parte das evidências sugere que, apesar do livro citar o autor acompanhando Paulo em boa parte de suas viagens, Atos nunca cita diretamente nenhuma das Epístolas paulinas, nem menciona que Paulo escrevia cartas. As discrepâncias entre as epístolas paulinas e Atos apoia ainda a conclusão de que o autor de Atos não tem acesso a essas epístolas ao redigir seu livro.
Entretanto, a melhor explicação para o uso do pronome nós a partir de Atos 16 é que o próprio Lucas esteve com Paulo nessas ocasiões. A sua lembrança como testemunha ocular, juntamente com o contato pessoal bastante próximo com o apóstolo Paulo, explica melhor o material de Atos 16-28. Por fim, foi nessa região que surgiram algumas controvérsias e alguns protestos públicos contra ele (por exemplo, Atos 19:23-41). Sendo assim, o trabalho de Lucas seria uma tentativa de fazer uma apologia da Igreja Primitiva contra as acusações da Sinagoga que pretendia influencias a política romana. É bom lembrar que o judaísmo tinha muita força na Ásia
Precisão histórica - A questão-chave da controversa da historicidade do livro é a descrição que Lucas faz de Paulo. Atos descreve Paulo diferente de como ele descreve a si mesmo em suas epístolas, tanto historicamente quanto teologicamente. Atos difere das cartas de Paulo sobre questões importantes, tais como a Lei, o apostolado de Paulo, bem como sua relação com a Igreja de Jerusalém. Os estudiosos geralmente preferem os relatos de Paulo. O cerco e destruição de Jerusalém, por David Roberts. Para os especialistas, a não menção da rebelião judaica e da destruição da cidade ocorrida em 70 dC aponta para uma data anterior ao episódio. (Fonte: Wikipedia)
Continuamos no dia 27 de maio.
terça-feira, 14 de maio de 2013
“Dura é a lei, mas é a lei”
Em diversas discussões pelo país, a questão é: cumpre-se ou não se cumprem as leis? A que ponto chegamos! Esta é uma questão que nunca deveria ser proposta. Se a lei foi pensada seriamente por um parlamentar ou por um grupo da sociedade organizada e cumpriu todas as suas etapas até estar madura, deve valer para todos, tendo como consequência, no seu descumprimento, a qualificação como falta ou crime e a competente sanção.
Infelizmente, a relativização é tão grande que criamos uma expressão temerária que é: “tem lei que pega e tem lei que não pega”. Como assim? Sendo lei, a fiscalização, em todos os níveis, deve ser acionada e fazer valer o que está escrito. Sem discriminação. Mas, infelizmente, fomos nos deseducando para o convívio social e, hoje, vale o bordão do jogador de futebol, Gerson, que, na década de 70, dizia: “é preciso levar vantagem em tudo, certo!?”
Tive uma amiga indignada, no final de semana, porque o filho caiu numa blitz de trânsito e, por irregularidades, teve o carro apreendido. Cheia de razão, dizia: “vão perseguir os cidadãos honestos e deixam de prender os ladrões”. A chamada “moral de cueca”: sendo para os outros, vale; para os meus, não é bem assim.
Infelizmente, são estas coisas que se passam para nossos filhos e alunos. Foi julgado o “mensalão”? foi. Alguém foi preso? Não. E tudo conspira para que não sejam presos. Morreram mais de duzentos, em Santa Maria? Morreram. Já se começa a ver alguém em direção à cadeia? A coisa tá esfriando e, se não for a persistência dos pais e parentes dos jovens, é bem provável que nada aconteça.
De igual forma, um exemplo que deixa chocado e deveria indignar veio quando pessoas inescrupulosas resolveram adulterar o leite não apenas com água (o que já era sabido), mas com elementos químicos, que possibilitam o desenvolvimento de câncer. Numa das gravações, o mandante, se julgando acima da lei, pedia que os executores separassem o leite bom para dar para seus filhos! Mas colocava no caminho da morte os filhos dos demais consumidores de um produto tão importante no desenvolvimento das crianças.
A decepção e a falta de capacidade de indignação nos levaram ao atual estágio em que vivemos: elegemos para o executivo e legislativo, mas não acreditamos que eles vão dar resposta adequada aos nossos problemas. Acumulamos decepções e estamos chegando ao fundo do posso. A volta é um caminho longo que vai levar gerações e que depende de educação e conscientização. Num tempo em que a corrupção anda a jato, enquanto iniciativas para reverter este processo são lentas, deveríamos lutar para que se aplicasse a velha máxima: “dura é a lei, mas é a lei”.
Infelizmente, a relativização é tão grande que criamos uma expressão temerária que é: “tem lei que pega e tem lei que não pega”. Como assim? Sendo lei, a fiscalização, em todos os níveis, deve ser acionada e fazer valer o que está escrito. Sem discriminação. Mas, infelizmente, fomos nos deseducando para o convívio social e, hoje, vale o bordão do jogador de futebol, Gerson, que, na década de 70, dizia: “é preciso levar vantagem em tudo, certo!?”
Tive uma amiga indignada, no final de semana, porque o filho caiu numa blitz de trânsito e, por irregularidades, teve o carro apreendido. Cheia de razão, dizia: “vão perseguir os cidadãos honestos e deixam de prender os ladrões”. A chamada “moral de cueca”: sendo para os outros, vale; para os meus, não é bem assim.
Infelizmente, são estas coisas que se passam para nossos filhos e alunos. Foi julgado o “mensalão”? foi. Alguém foi preso? Não. E tudo conspira para que não sejam presos. Morreram mais de duzentos, em Santa Maria? Morreram. Já se começa a ver alguém em direção à cadeia? A coisa tá esfriando e, se não for a persistência dos pais e parentes dos jovens, é bem provável que nada aconteça.
De igual forma, um exemplo que deixa chocado e deveria indignar veio quando pessoas inescrupulosas resolveram adulterar o leite não apenas com água (o que já era sabido), mas com elementos químicos, que possibilitam o desenvolvimento de câncer. Numa das gravações, o mandante, se julgando acima da lei, pedia que os executores separassem o leite bom para dar para seus filhos! Mas colocava no caminho da morte os filhos dos demais consumidores de um produto tão importante no desenvolvimento das crianças.
A decepção e a falta de capacidade de indignação nos levaram ao atual estágio em que vivemos: elegemos para o executivo e legislativo, mas não acreditamos que eles vão dar resposta adequada aos nossos problemas. Acumulamos decepções e estamos chegando ao fundo do posso. A volta é um caminho longo que vai levar gerações e que depende de educação e conscientização. Num tempo em que a corrupção anda a jato, enquanto iniciativas para reverter este processo são lentas, deveríamos lutar para que se aplicasse a velha máxima: “dura é a lei, mas é a lei”.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
As coxilhas de Bagé
Nos últimos tempos, a maior parte das solicitações de conversa com jovens vem da Pastoral da Juventude da Igreja Católica, em diversas paróquias e, mesmo, dioceses, assim como no regional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. No final de semana dos dias 4 e 5 de maio, fui convidado para assessorar o encontro dos jovens da Diocese de Bagé, reunidos em Pinheiro Machado.
Acho que o número de jovens é significativo – mais de 70 – mas não é o mais importante. Manter um grupo assim confinado durante dois dias, com reflexões religiosas, é uma tarefa muito grande que exige dinâmica dos palestrantes e muitas ações para que percebam ser, este momento, um encontro de onde levam elementos importantes para se tornarem protagonistas, ocupando um lugar seu por direito na Igreja e, também, na sociedade.
No primeiro dia, falamos sobre comunicação, redes sociais e atuação em cada comunidade. Mas foi ao final da tarde que eles tiveram dois momentos importantes: antes da janta, um autêntico ”carnaval”, eletrizado por corpos jovens que precisam gastar sua energia! Depois da janta, já na penumbra, uma vigília, confessado por alguns, como tendo “balançado” tudo o que tinham refletido.
Praticamente à luz de velas, receberam uma que passou de mão em mão, quando podiam expressar em oração tudo o que pensavam a respeito de suas vidas, suas relações, família, religiosidade. “Sobraram”. Alguns com vozes embargadas, outros com lágrimas nos olhos, foram derramando seus corações e compartilhando sentimentos, na expressão do que era íntimo e se fazia autêntica irmandade!
Já no domingo, puderam acompanhar oficinas de como se prepara uma celebração. Foi a vez de entender que uma Missa, uma Celebração da Palavra, não é apenas um evento em si: é a hora de trazer para o contato com Deus, aquilo que eles vivem no Mundo. Nestas idas e vindas, repete-se o que disse o encontro dos Bispos em Aparecida: “o leigo é a presença da Igreja no coração do Mundo e a presença do Mundo, no coração da Igreja”.
Quando voltei a Pelotas, no domingo à tarde, a estrada quase vazia, com toda a calma possível, pude aproveitar para contemplar as coxilhas de Bagé. Por ali passaram guerreiros que fizeram muitas revoluções; religiosos em lombo de cavalos, oferecendo consolo em tempos difíceis; e famílias que procuravam uma nova forma de existência.
O retumbar do passado me dizia que naquelas ondulações tranquilas passavam novos tempos, mas que o jovem (o homem) continuava ansioso por se reencontrar com Deus. No sol aconchegante do Outono, desci do carro e olhei para aqueles vales que se abriam à minha frente. Por um instante, minha imaginação foi longe e viu, no alto da coxilha, um cavaleiro que saciava a sede de sua fé com as cores do infinito, enquanto o absoluto realizava o humano onde a colina encontra o horizonte do céu!
Acho que o número de jovens é significativo – mais de 70 – mas não é o mais importante. Manter um grupo assim confinado durante dois dias, com reflexões religiosas, é uma tarefa muito grande que exige dinâmica dos palestrantes e muitas ações para que percebam ser, este momento, um encontro de onde levam elementos importantes para se tornarem protagonistas, ocupando um lugar seu por direito na Igreja e, também, na sociedade.
No primeiro dia, falamos sobre comunicação, redes sociais e atuação em cada comunidade. Mas foi ao final da tarde que eles tiveram dois momentos importantes: antes da janta, um autêntico ”carnaval”, eletrizado por corpos jovens que precisam gastar sua energia! Depois da janta, já na penumbra, uma vigília, confessado por alguns, como tendo “balançado” tudo o que tinham refletido.
Praticamente à luz de velas, receberam uma que passou de mão em mão, quando podiam expressar em oração tudo o que pensavam a respeito de suas vidas, suas relações, família, religiosidade. “Sobraram”. Alguns com vozes embargadas, outros com lágrimas nos olhos, foram derramando seus corações e compartilhando sentimentos, na expressão do que era íntimo e se fazia autêntica irmandade!
Já no domingo, puderam acompanhar oficinas de como se prepara uma celebração. Foi a vez de entender que uma Missa, uma Celebração da Palavra, não é apenas um evento em si: é a hora de trazer para o contato com Deus, aquilo que eles vivem no Mundo. Nestas idas e vindas, repete-se o que disse o encontro dos Bispos em Aparecida: “o leigo é a presença da Igreja no coração do Mundo e a presença do Mundo, no coração da Igreja”.
Quando voltei a Pelotas, no domingo à tarde, a estrada quase vazia, com toda a calma possível, pude aproveitar para contemplar as coxilhas de Bagé. Por ali passaram guerreiros que fizeram muitas revoluções; religiosos em lombo de cavalos, oferecendo consolo em tempos difíceis; e famílias que procuravam uma nova forma de existência.
O retumbar do passado me dizia que naquelas ondulações tranquilas passavam novos tempos, mas que o jovem (o homem) continuava ansioso por se reencontrar com Deus. No sol aconchegante do Outono, desci do carro e olhei para aqueles vales que se abriam à minha frente. Por um instante, minha imaginação foi longe e viu, no alto da coxilha, um cavaleiro que saciava a sede de sua fé com as cores do infinito, enquanto o absoluto realizava o humano onde a colina encontra o horizonte do céu!
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