No dia 1º de março deste ano, fiz um acerto com a Universidade Católica de Pelotas e, antes da minha aposentadoria (que deve acontecer em setembro), passo por um período em um Programa de Demissão Voluntária. Depois de quase 20 anos lecionando na área de Comunicação, deixo a sala de aula, mas os desafios continuam.
No dia 6 de maio, a UCPel vai me dar a honra de ser lembrado como um dos muitos integrantes de seus quadros que deixaram a instituição e que, acreditam, merece ter seu nome na lembrança da própria história da Universidade.
Mas qual é o interesse para o grande público? Ser professor é um desafio contínuo e uma missão que, depois de iniciada, não tem fim. Brinco sempre com os alunos de Comunicação: jornalista se é 24 horas por dia, na sofreguidão pela notícia. Como se diz no interior, “cachorro que come ovelha, só matando”. Torna-se um vício ir em busca da informação, estar atento a tudo o que acontece no seu entorno.
Ser professor é parecido. Especialmente agora, que mudo meus rumos, mas, por onde passo, o tema em discussão é sempre comunicação: estive com cerca de 50 jovens oriundos de todo o Estado, em Porto Alegre, no final de semana passado. Tema: o jovem e a comunicação, em especial as redes sociais. Vou a Bagé no próximo final de semana e a temática é a mesma para as lideranças juvenis daquela diocese.
A troca da sala de aula pela formação de lideranças é um qualificativo que sempre sonhei. Iniciamos pela tomada de consciência de que cada um é um instrumento de comunicação: nosso corpo fala! Precisamos adequar, da melhor forma, postura, gestualidade, expressividade e utilização da voz.
Seguimos a reflexão com a comunicação em grupo, fator de forte interesse em tempos onde as instituições de toda ordem precisam de mão de obra que tenha experiência em liderar, passando por algum tipo de grupo de jovens, ou alguma ação de caráter voluntário.
Em seguida, passamos às redes sociais, predominante quando a faixa etária é juvenil. Onde as relações convencionais diminuem, aumenta a procura por espaços intermediados pela Internet. Isto é bom, ou ruim? Depende do seu uso. Vejo jovens com problemas, mas também aqueles que fazem autênticas mobilizações em prol de alguma causa pelas redes.
Pois é, um professor em vias de aposentador. Mas não um professor que tenha parado no tempo. Até porque para se estar com jovens a maior exigência é a constante atualização. Não tenho o mesmo pique que eles têm para ir em busca da informação. Mas quando juntamos a energia que sobra com a experiência de vida passamos a construir caminhos em que a comunicação é, exatamente, um instrumento a lançar ponte entre as pessoas.
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