Os noticiários recentes têm sido pródigos em histórias envolvendo atletas que se envolveram com violência, consumo de drogas ou maracutaias financeiras: o paraolímpico Oscar Pistorius assassinou a namorada, ao que tudo indica, numa crise de ciúmes; o ex-ciclista Lance Armstrong confessou que somente venceu os principais torneios dos quais participou porque usou drogas; o ex-campeão olímpico Aurélio Miguel teve seu sigilo bancário quebrado por estar sendo acusado de mau uso do dinheiro público.
Num tempo em que está difícil se respeitar princípios – numa época de pleno relativismo, onde cada qual se acha no direito de dar um jeitinho para se dar bem, tanto em política, esportes, mas também na educação, religião etc. , vemos, também, que as referências estão em crise. Especialmente, crianças e jovens olham para seus ídolos como pessoas que estão acima de qualquer suspeita. Nos casos citados, a reação é muito clara: surpresa e indignação!
Pistorius vive na África do Sul, um dos países onde a violência é ainda maior que no Brasil. Ganhou destaque internacional porque perdeu as duas pernas e passou a correr com o auxílio de dois suportes metálicos. Isto ajuda alguns comentaristas de plantão a tentar explicar que, havendo se excedido, o atleta usou de mais força do que deveria até matar a sua parceira. Por favor, não é explicação. Tirar a vida de alguém, apenas porque não soube contar até dez, cem ou mil, é um crime. E como tal merece ser tratado.
Armstrong foi a um dos mais célebres programas de televisão – Oprah Winfrey – fazer a sua confissão: passou por um câncer e, quando retornou, achou que precisava de um “aditivo” para melhorar seu desempenho nas pistas de ciclismo. Por seu desempenho esportivo, tornou-se referência internacional, especialmente para crianças e jovens que sentem prazer em participar desta modalidade.
Aurélio Miguel, depois que deixou o ringue, optou pela política e, ao invés de oxigenar com sua experiência este espaço de vivência pública, assumiu o que havia de pior e se envolveu em situações onde o dinheiro público foi mal utilizado.
Nos três casos, existem os crimes cometidos diretamente e outro que, para o meu gosto, é pior ainda: são santos com pés de barro! Tornaram-se durante bom tempo modelos para os mais jovens e, quando vivenciaram uma situação mais difícil não souberam superar suas dificuldades, optando pelo pior caminho. Hoje, um mau exemplo, um triste fim para quem sonhou com a fama e pagou o preço de não conseguir manter a sua integridade pessoal.
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