No feriado de Páscoa constatei aquilo que os meios de comunicação estão repetindo todos os dias: os problemas causados por alguns motoristas nas estradas, especialmente aquelas que ligam Porto Alegre ao Litoral Norte, ou que saem em direção à Região Sul. A primeira constatação é de que a maior parte dos condutores preza a segurança, andando dentro dos limites permitidos, cuidando da própria vida, mas atentos àqueles que são a exceção.
E qual é a exceção? Infelizmente, aqueles que não prezam a própria vida, a vida daqueles que os acompanham e também a daqueles que estão em outros veículos. Sentem-se os donos da estrada, porque estão ao volante de carros possantes e, por isto mesmo, consideram-se no direito de cortar caminho tanto pela esquerda (o correto), quanto pela direita (incorreto), nas pistas com acostamento ou com a terceira via.
Não se pode dizer que as estradas estejam ruins. Mas o volume de carros na rua, em alguns momentos, diminui o fluxo, requerendo paciência. Que nem todos têm e, por isto mesmo, sobra excessos e barbeiragens. Acaba sendo comum os acidentes em lugares onde a sinalização pede que não ultrapasse, ou mesmo que diminua a velocidade.
Uma emissora de rádio de Porto Alegre embarcou um repórter em São Leopoldo, no trem de superfície e o motorista fez o percurso da BR 116. Em 45 minutos, o repórter chegou ao centro da Capital, enquanto o motorista continuava trancado em um engarrafamento, no meio do caminho. Exemplo como este mostra que precisamos repensar o sistema de transporte individual e coletivo, investindo em alternativas, não no incentivo à compra de carros - que não encontra na estrutura das cidades e das estradas um suporte adequado.
O importante, hoje, é que os motoristas conscientizem-se de que a direção é um instrumento para facilitar a vida das pessoas e não para elevar os níveis de adrenalina. Para isto, utilize pistas de corrida e arrisque-se sozinho. Na estrada, valorize a sua vida e a dos outros. As estatísticas assustadoras dos finais de semana, com números que ultrapassam os das guerras declaradas, com certeza, serão bem menores.
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