Os números são estarrecedores. Não falo dos danos físicos e emocionais, classificados como um flagelo social, mas do “investimento” que um jovem faz ao consumir o crack: em torno de R$ 700,00, ao mês! Alguns podem pensar que é frieza iniciar a reflexão por este dado, quando há tanta coisa envolvida. Pois não é. O jovem que gasta este salário mínimo e meio não tem renda e não consegue com a família mesada que auxilie a sustentar seu vício. Então, começa a desgraça: dependentes e desesperados partem para o roubo, primeiro em casa, em dinheiro; depois em objetos que possam ser vendidos; e sairão às ruas em busca do recurso que permita continuar a consumir a droga maldita.
Estes números foram mostrados recentemente em reportagens denunciando as proporções que tomou a entrada do crack na noite e na periferia das cidades médias e grandes. Movimentam o comércio absurdo de uma droga que não permite a famosa “experiência”, mas torna dependente desde a primeira ocasião em que é consumida, inocentemente, muitas vezes como oferta de uma “bala” doce, na saída de um colégio ou de uma festa.
Eventos recentes, organizados por autoridades da área, mostraram casos desesperados de pais em busca de ajuda, pois não conseguem vencer, sozinhos, a desgraça que se abateu sobre seus lares. Crianças pedem socorro e vemos exemplos extremos de pais que acorrentam seus filhos, trancam portas, buscam mantê-los afastados das ruas. Ou, até, como caso recente, em que uma mãe, em desespero de causa, tirou a vida do próprio filho.
Esta é a situação em que o garoto não tem condições de tomar decisões e a responsabilidade é dos familiares, da sociedade e das autoridades. A simples internação não é a solução, mas parte dela. Depois de desintoxicado, é preciso mantê-lo afastado das ruas, precisando de políticas públicas de policiamento ostensivo inibindo a farra dos traficantes, que usam das táticas infames para abastecer o mercado.
Se você está contente porque seus filhos, sobrinhos, os filhos de seus amigos não estão utilizando a droga, pode ir se preocupando. Esta horda de desesperados está nas ruas, transformaram-se em zumbis que perderam o sentido da vida e, para consumir a droga, podem fazer de você a próxima vítima. Não é terrorismo, mas a necessidade um posicionamento diante deste flagelo, causador de estragos para o resto da vida em garotos que perderam qualquer perspectiva de uma vida sadia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário