A Igreja Católica, no Brasil, lança no dia 25 de fevereiro – Quarta-feira de Cinzas – a Campanha da Fraternidade. Diferente de outros anos em que concentrava seus esforços até a festa da Páscoa, nesta edição, quer ter seu “início na quaresma e ressonância no ano todo”, abordando o tema “Fraternidade e segurança pública”, com o lema “A paz é fruto de justiça”. Pontua com clareza seus objetivos: “renovar a consciência da responsabilidade de todos na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa (justiça e inclusão social) e solidária”.
Impossível não concordar: este é um tema que merece atenção e reflexão. Mas não basta: se ficar apenas em estudos e visões genéricas serve como pauta de seminários, congressos, reuniões e posicionamentos apenas para dizer que “fizemos alguma coisa”, apaziguamos nossa consciência, mas a realidade continua intocada.
Temos uma capacidade impressionante para acreditar que nossa ação intelectual é capaz de impregnar mudanças. Pois não é. Pego um dos pontos geradores de problemas e que será gerador de conflito, porque as posições são antagônicas e intransigentes: o planejamento familiar. Nem é preciso falar a respeito dos benefícios auferidos pelos países que optaram por esta tática social. Basta acompanhar entrevistas onde jovens de 14 e 15 anos declaram com indiferença que estão grávidas e não é a primeira vez, mas a terceira, quarta e, pasmem, às vezes até a quinta vez!
Se a Igreja não concorda com os meios que desejam interromper a gravidez já posta, ao menos incentive e apóie a prevenção, das mais diferentes formas, pois a conscientização não funcionou e dificilmente funcionará. A maioria destes jovens não tem parâmetros morais para tomar atitudes em conformidade com o que se prega nos púlpitos (quando não ouve todas as orientações, mas faz na prática aquilo que, na maior parte das vezes, aprende instintivamente).
É triste ver a mãe que enfrenta uma gravidez fatalista como quem diz: “se tem que ser assim...” Mas também vejo jovens assumirem relacionamentos, inclusive o casamento, planejando os filhos que desejam. Em determinado momento, felizes, anunciam: “estamos grávidos”. Entre os dois posicionamentos, há um abismo de formação, informação e acompanhamento por parte de pais, educadores e autoridades públicas, como as da saúde. É a diferença entre ser apenas mais um a nascer ou a alegria do pai e da mãe pela gravidez que chegou para os dois.
Um comentário:
Meu irmão Manoel, concordo com genero numero e grau com a tua matéria, e temos que fazer algo e que seja pelas crianças que nos rodeiam.
Parabens!
Claudio Lemes
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