domingo, 10 de agosto de 2025

Flores na janela

Simplesmente assim:

Andar pela rua, bem junto às casas, 

Era desvendar intimidades.

Compartilhar o mistério de quem mora 

E os segredos por trás de uma porta. 

O detalhe que alcança significado único:

A cor diferenciada que transborda sentimentos, 

A cortina protegendo a privacidade das janelas.

Um canteiro de arbustos e flores,

O traçado da calçada, que resguarda a grama,

E mantém à distância o passante.

A delicadeza da hera serpenteando as paredes.


Foi-se o tempo em que moças e senhoras

Debruçavam-se no parapeito de madeira envelhecido, 

Emolduradas pelas cores e delicadeza da efemeridade 

Do que existe apenas para alegrar os olhos.

As ruas de agora se fazem uniformes com edifícios espigados.

Resguardam-se nas memórias a preciosidade de um tempo

Em que se espiava pela fresta de uma folha.

À espera de quem trocasse o carinho de um olhar 

Pela cumplicidade de um flerte.

Em que o andante contemplava as flores na janela.

Ficava suspenso no tempo,

O olhar encantado no doce sabor das lembranças…


(Imagem gerada pela IA Gemini)

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