Simplesmente assim:
Andar pela rua, bem junto às casas,
Era desvendar intimidades.
Compartilhar o mistério de quem mora
E os segredos por trás de uma porta.
O detalhe que alcança significado único:
A cor diferenciada que transborda sentimentos,
A cortina protegendo a privacidade das janelas.
Um canteiro de arbustos e flores,
O traçado da calçada, que resguarda a grama,
E mantém à distância o passante.
A delicadeza da hera serpenteando as paredes.
Foi-se o tempo em que moças e senhoras
Debruçavam-se no parapeito de madeira envelhecido,
Emolduradas pelas cores e delicadeza da efemeridade
Do que existe apenas para alegrar os olhos.
As ruas de agora se fazem uniformes com edifícios espigados.
Resguardam-se nas memórias a preciosidade de um tempo
Em que se espiava pela fresta de uma folha.
À espera de quem trocasse o carinho de um olhar
Pela cumplicidade de um flerte.
Em que o andante contemplava as flores na janela.
Ficava suspenso no tempo,
O olhar encantado no doce sabor das lembranças…
(Imagem gerada pela IA Gemini)
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