O texto que não era do padre questionava o porte de armas, os jogos violentos, a omissão da escola, o bullying... Para além destes sinais, afirmava que o problema está na desestruturação e no fracasso das famílias que não cumprem seu papel de educadoras: "não se acompanha mais de perto, a tecnologia substitui o diálogo, presentes compram limites e não há o conhecimento e o respeito a Deus".
Apela para o senso de responsabilidades de quem se omite e transfere culpas, havendo a necessidade de apontar o dedo para os outros, mas também para cada um nós, aí incluindo pais, professores, religiosos..: "a culpa é minha, é sua, é de todos nós!" Cita, então, o padre Fábio: "a violência é o desdobramento de carências afetivas, da necessidade de ser visto e notado, ainda que da pior maneira".
O texto do padre Fábio fala da "vulnerabilidade social", mas que é na proximidade do núcleo familiar que se pode perceber as necessidades e os conflitos que o outro (no caso, o filho) está vivendo. Pode parecer chavão, mas no seu jeito tranquilo de se expressar, aponta o maior de todos os nossos problemas: "é justamente na construção da intimidade que erramos... O que nos vincula não é a obrigação, mas o amor".
O texto foca na tragédia de Suzano e fiquei preocupado com meus sobrinhos (não tenho filhos), filhos de vizinhos, de amigos, alunos... que vivem o que aparece quando se desnuda a ferida da violência: "o desamparo emocional alimenta uma desolação silenciosa. A partir dela a pessoa passa a nutrir ódio pelos que estão felizes".
Como compartilhei uma mensagem que não era do padre Fábio, fui para as redes sociais e encontrei no Twitter o seu original. Registrei, então, que mesmo assim sou contra a liberação de armas, por um motivo simples: há um estado com a obrigação de criar políticas e dar segurança ao cidadão, já que esta é a ponta do iceberg.
Olhando para as casas é que encontramos a origem de nosso problemas. Em tempos tão conturbados e de tantos apelos à violência gratuita, é fundamental recuperar e dar capacidade aos pais de serem educadores. Só assim os jovens terão a esperança de viver mais e melhor. E de serem felizes. Desarmando os espíritos ainda temos uma chance porque, no olhar de muitas crianças e jovens se percebe o medo da morte e um apelo silencioso por esperança... e um pouco de amor!
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