Os foliões ainda estavam nas ruas a mercê das gangues e dos trombadinhas quando o governo federal decretou intervenção, justificando com a violência que tem números assustadores. Mas deixou um gosto de jogada política já que não tem como solucionar o impasse da previdência social e precisa de uma nova pauta para encarar a mídia.
O Carnaval do Rio de Janeiro traz sempre uma surpresa. Durante anos, com as benesses do setor público, ousou e abusou do luxo (e lixo) encantando quem podia estar na passarela, presente na Marques de Sapucaí, ou assistir pela televisão. 2018 não teve dinheiro dos governos e a violência acabou em intervenção federal.
A falta de recursos vindos especialmente das administrações estaduais e municipais aguçou a criatividade e, sem dever para as edições passadas, livre de amarras, pode ser mais crítico, sem perder estilo e humor. O trabalho foi maior, diminuindo o uso de materiais caros, mas usando alternativas não perdeu o brilho e o glamour.
Uma amiga dizia que a gente não fica "mal acostumado". Por este motivo, quando se fica acomodado a uma situação positiva usava como alternativa: fica "bem acostumado". Os carnavalescos do Rio contavam com a generosidade dos cofres públicos e não tinham motivo para correr atrás do dinheiro.
Agora é
Inúmeras matérias mostram que a violência no Rio é endêmica. Está presente no tecido social que organiza as relações. E não é somente na favela. O morro transita pelos palácios dos governos. Talvez, quando na prisão, a diferença social faça a diferença. Mas deram força à expressão: "juntos e reunidos"!
Com os holofotes do Mundo voltados para a maior exposição de corpos no Carnaval, políticos queriam tirar a sua casquinha. O triste é saber que a segurança é um dos elementos para a solução dos problemas, mas não é o único: fala-se no endurecimento das penas, mas como fica a educação, saúde, moradia?...
O dito popular é de que onde tem o problema também se apresenta a solução: o Cristo Redentor abre os braços e mostra que a intervenção no Rio é sinal de que o Brasil precisa intervir em Brasília. O samba que atravessou a avenida deu o gosto de mudança e joguinhos de cartas marcadas podem ter seus dias contados. Já tem gente presa e ainda eleições em outubro. Quem sabe?...
sobreviver. A fase de vacas gordas acabou e é preciso ganhar a fantasia com o suor do próprio rosto. Então se manifestou o quanto - motivado e vendo um horizonte - o brasileiro é capaz de superar dificuldades e traçar os próprios caminhos. Uma energia que fica inerte no resto do ano e, de alguma forma, precisa ser canalizada para o ser e fazer política.
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