O papa Francisco pediu que os cristãos celebrassem no domingo (19) o Dia Mundial dos Pobres. Nesta data, a reflexão do Evangelho de Mateus trata dos talentos entregues por Deus a cada um. Foi pontual: "todos somos mendigos do essencial, do amor de Deus que nos dá o sentido da vida e uma vida sem fim. Por isso, também hoje, estendemos a mão para Ele a fim de receber os seus dons”.
Pediu que se olhasse de forma preferencial para as pessoas com dificuldades: "podemos dizer que não me diz respeito, não é problema meu, é culpa da sociedade, passar ao largo quando o irmão está em necessidade, mudar de canal quando um problema sério nos indispõe, indignar-se com o mal, sem fazer nada. Deus, porém, não nos perguntará se sentimos justa indignação, mas se fizemos o bem.”
Defendeu que “amar o pobre significa lutar contra todas as pobrezas, espirituais e materiais”. Sendo o cristão uma autêntica fortaleza, "não de punhos cerrados e braços cruzados, mas mãos operosas e estendidas aos pobres, à carne ferida do Senhor”.
A proposta veio expressa na citação do Evangelho de João: «não amemos com palavras, mas com obras». Para Francisco, o amor não admite álibis: "quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus. Ele nos amou primeiro, a ponto de dar a sua vida por nós”.
Seu diagnóstico: "o mundo não consegue identificar a pobreza, com suas trágicas consequências - sofrimento, marginalização, opressão, violência, torturas, prisão, guerra, privação da liberdade e da dignidade, ignorância, analfabetismo, enfermidades, desemprego, tráfico de pessoas, escravidão, exílio e miséria. A pobreza é fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada!"
Coloca o dedo numa ferida aberta: "não se pode permanecer inertes e resignados. Todos estes pobres – como dizia o Beato Paulo VI – pertencem à Igreja por direito evangélico e a obriga à sua opção fundamental". Pede que a sociedade reaja à cultura do descarte, do desperdício e da exclusão, assumindo a cultura do encontro, com gestos concretos de oração e de caridade. Os pobres – alerta Francisco - não são um problema, mas “um recurso para acolher e viver a essência do Evangelho”.
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