Fui escutando e lendo o muito que se disse a respeito de Clayr Lobo Rochefort e me dei conta de que não poderia deixar de homenagear a lembrança de uma figura que marcou a história recente do Jornalismo, em Pelotas, tanto pelo conhecimento de causa, quanto pela fidalguia que marcava seus relacionamentos.
Fui um dos muitos que usufruíram tanto de uma, quanto de outra característica. Eram os idos da segunda metade dos anos 70 e eu iniciava o curso de Jornalismo, assim como trabalhar na assessoria de comunicação da Diocese Católica de Pelotas. Levando e refazendo releases sob a sua orientação, fui aprendendo, no confronto entre a teoria e a prática, como se estabelece a relação entre uma instituição e um meio de comunicação.
Eu, completamente tosco e cheio de confiança próprio da idade, fui aprendendo que não basta um texto que eu considerasse muito bom, mas que não fosse inteligível para quem fosse ler. O mais interessante é que, naquele tempo, não o conhecia por “doutor Clayr”, mas havia uma intimidade de redação em que o chamávamos de “seu” Clayr. Foi assim que o chamei toda a vida, até agora, na história recente, quando ele me dava a honra de aproveitar semanalmente meus textos, com pequenos ajustes e orientações. Na relação com “seu” Clayr, fiz minha graduação e passei pelas diversas etapas da minha pós-graduação.
Mas tenho que ser repetitivo: a voz tranqüila, o olhar incentivador, o carinho no trato, acabavam fazendo um diferencial que me incentivou pelos caminhos que tomei. Hoje, quando alunos meus espalhados pelo Brasil fazem contato pedindo orientação, lembro daqueles que foram os meus próprios referenciais de profissão: “seu” Clayr e o padre Olavo Gasperin, por exemplo, na produção de texto.
A grande lição dos grandes homens não é aquilo que eles fizeram, mas aquilo que eles conseguiram provocar para que outros fizessem. Exatamente aí, “seu” Clayr faz o diferencial: dos muitos depoimentos que ouvi e que li, todos dizem que viram no seu exemplo não apenas o profissional, mas o homem focado na busca pelo bom Jornalismo e a realização plena de cada um dos seres humanos com os quais conviveu.
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