Engraçado como, embora não mudem os valores, acabam mudando as referências. Nos meus anos de juventude - e isto já vai longe - discutia-se os perigos que a banha de porco (usada para frituras e tempero da comida) poderiam causar à saúde. Coincidentemente, era a época em que o soja passou a invadir as lavouras como monocultura, chegando ao óleo de soja que, até hoje, é o mais usado na alimentação.
Hoje se descobre que as coisas não são bem assim.Alguns médicos chegam a sugerir que se use qualquer outro óleo - arroz, linhaça, milho, arroz - menos o de soja. O mesmo aconteceu com o ovo, que foi crucificado, e hoje as coisas são colocadas no seu devido lugar: tudo o que se consome em demasia, claro, pode criar problemas. Mas, na dose certa, tem lá o seu valor.
Porque toda esta preleção? Porque ontem me surpreendi com a repercução de um texto onde juntava religião e futebol. Embora ache que o futebol, hoje, arrebata mais emoções do que a religião, creio que é exatamente aí o problema das religiões: resolveram ser intelectualizadas e perderam o poder da fé, que também pode ser traduzida como emoção.
Com todas as pregações modernas, as pessoas continuam fazendo seus antigos ritos, buscando no sagrado a solução para seus problemas (pode ser até em afogar o santo), num jeito muito simples de encarar a vida: os santos foram e continuam sendo considerados como humanos, portanto, compreendem nossas carências exatamente por este motivo.
Não sou saudosista, mas creio que as igrejas precisam se reinventar. E talvez isto signifique voltar a relações mais simples, mais pessoais, onde a presença do divino se dá exatamente porque se sabe que a figura do padre, do pastor, do pai de santo, é um jeito de estar mais próximo de Deus. Pena é que nem todos estão preparados para esta interação, embora façam discurso no sentido contrário. Mas, tudo o mais é busca por poder e satisfação de vaidades.
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