No próximo domingo, a Igreja Católica celebra o Dia Mundial das Comunicações. O papa Bento XVI publicou mensagem que deve repercutir por todas as dioceses, inclusive no Estado. Embora pareça uma preocupação técnica, questiona sua influência e capacidade de transformar a sociedade. Na verdade, a igreja começa – já não era sem tempo – a preocupar-se com um elemento que merece especial atenção, também com a forma como a mídia trata: a família.
Dias atrás, recebi a carta de um médico. Manifestava interesse por aquilo que eu havia falado sobre família, igreja e educação. Contava sua experiência com mães e crianças de periferia, onde a falta de conhecimento, estrutura e condições, tornavam tudo mais difícil, muitas vezes brutalizando o processo de gestação e do nascimento. Resultado: pais despreparados e incapazes de assumir responsabilidades e crianças iniciando a trajetória com a amargura de ter o Mundo como abrigo, mas nenhuma família.
No nascedouro da sociedade, já se traça um destino que, depois, fatalmente, será repetido, aprisionando a criança, o jovem, o adulto, nos grilhões que o fazem ser aquilo que talvez não quisesse, mas para o qual não teve alternativa. È neste momento que vejo, como obrigação, a Igreja Católica professar o valor da família. Embora pareça um “profeta que clama no deserto”, é preciso que ela seja um sinal para estes marginalizados sociais de que podem recuperar a sua dignidade. O problema é que recursos, muitas vezes, existem, mas são mal aplicados ou desviados. As instituições que têm o respaldo da sociedade precisam agir para abalar a indiferença de todos nós.
A banalização da pobreza mostra sua cara em cada esquina, hoje, e faz com que protejamos nossos bolsos e bolsas. Mas o acinte de uma sociedade que apresenta luxo e glamour por seus meios de comunicação está provocando uma massa que, se não consegue o seu lugar por direito, vai tentá-lo pela violência. Cobrar, acompanhar e atuar em áreas de risco humano para reverter esta situação é somente o início. Os problemas que temos, hoje, fizeram metástase por todo o organismo social e igualaram diferentes classes sociais – como é o caso das drogas.
É um processo hemorrágico que precisa ser estancado. Talvez até com o esforço para revertermos certos discursos de que a criança tem seus direitos e precisam ser respeitados. Ninguém duvida, somente que, no momento em que acontece o pior, muitas explicações são dadas, mas não recuperam o bem maior, que é a própria vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário