A receita é simples, o complicado é a forma de fazê-lo: chegamos a uma encruzilhada em que as alternativas são poucas, ou diminuímos o ritmo com que “conquistamos” benefícios para certos contingentes da população, ou não vai sobrar muito que contar às futuras gerações. O que está acontecendo com os recursos financeiros e naturais é de uma imaturidade impressionante, apenas percebido quando há algum problema, como, recentemente, o das bolsas. Neste momento, todos sabem o que aconteceu e porque aconteceu. Mas, até então, muitos se aproveitaram dos rendimentos provenientes da especulação para “fazer a sua fezinha”.
O mesmo se dá com os recursos naturais. Tomemos o exemplo do petróleo, que levou séculos para se formar e consumimos de forma desenfreada, chegando ao ápice, hoje, de aumentar o tráfego de carros, mesmo que já não tenhamos infra-estrutura urbana, enquanto diminui o número dos que usam ônibus. O discurso, dizendo que é preciso preservar os recursos naturais para o uso das futuras gerações, não sobrevive ao lobby da indústria automobilística e de motos que, praticamente, coloca na garagem um carro novo, preferencialmente, trocado a cada ano.
Dos dados recentes a respeito do baque nas bolsas em nível internacional tornaram-se visíveis dois números que assombram e preocupam: os recursos destinados a salvar os bancos poderiam resolver o problema da fome no Mundo! Pensando em todos os seus efeitos colaterais como repercussão na saúde, no desenvolvimento infantil, etc. De “brinde”, ficamos sabendo também que os recursos gastos em material de guerra dobrariam o montante, sendo capazes de resolver os principais problemas de infra-estrutura das populações mais pobres.
Então, soa falso salvar categorias já favorecidas quando diminuem sua capacidade de especular com o capital. Mais falso ainda aparelhar exércitos para uma guerra, em nível internacional, que, se acontecer, será resolvida acionando um botão – o de uma bomba nuclear – que nós não temos e já, pela quantidade existente na Terra, não precisamos ter.
As mudanças não vão partir dos Estados Unidos, mesmo com Barack Obama, pois conquistaram um “nível” do qual não vão abrir mão. Mas confesso que não quero ser o culpado de deixar para as futuras gerações um planeta já machucado e sem condições de curar suas feridas. Então, não há outro jeito, chegou a hora de encontrarmos formas de desacelerar o Mundo.
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