No próximo ano, minha turma de Comunicação Social faz 30 anos de formatura (na época fazíamos todas as disciplinas de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas, mas somente obtínhamos o registro em uma). Na semana que passou, aproveitamos aqueles que estavam mais próximos para iniciar os festejos e as infindáveis e doces lembranças. Não sou muito dado a este tipo de comemoração, mas senti necessidade de estar com a turma que já comemorou outras etapas.
Temos que reconhecer que a primeira coisa que mudou foram as fotografias. Elas têm a mania de nos mostrar mais magros, com mais cabelos, menos marcas do tempo em nossos rostos e um semblante despreocupado como quem diz: temos toda uma história pela frente! Ainda registram que alguns já ficaram pelo caminho, deixando as marcas da saudade. Um deles, nosso homenageado, o presbítero Cláudio Neutzling.
Como não sei se alcanço outros 30, resolvi acompanhar estes, e folhear programas das disciplinas, cadernetas, agendas, jornais da época, um pouco de nostalgia, disfarçada por risos e sorrisos, mostrava ser impossível impedir que invadíssemos o mercado em busca de nosso lugar e de uma oportunidade. O Vaz brincava com uma agenda de 78 da Claudete, onde a colega registrava os momentos mais importantes, como as notas, para serem repassadas aos companheiros faltosos. Também apontava as festas, madrugadas pelos pontos de lanche e a falta de dinheiro com a “vaquinha” para que tudo acabasse bem.
Dos 18 formandos no auditório do então Colégio Santa Margarida, com a Missa de Ação de Graças na recém inaugurada capelinha da Universidade (com olheiras e jeito de sono, pois a festa havia sido grande), conseguimos reunir dez, na esperança de que praticamente todos estejam conosco em dezembro de 2009.
É uma longa e bonita trajetória. Naquela época, tínhamos energia de sobra, e olhávamos para o futuro como se dependesse apenas de nós para se concretizar. Fomos aprendendo, com a vida, que a nossa influência é forte, mas há uma série de circunstâncias que fazem os caminhos serem trilhados com maior ou menor dificuldade.
Não posso me queixar. Quando me perguntam como é que foi para mim, confesso: esta não é a vida que pedi a Deus. Pois Ele me deu mais do que julgo ser merecedor! Melhor ainda, porque não foi somente a minha vida, mas as “vidas” com as quais fui agraciado ao longo destes 30 anos de formado, 53 de vida e, espero, me acompanharão, ao menos nos próximos 30 anos.
2 comentários:
Nada como ter um colega com o "dom da palavra". A emoção de reencontrá-los continuou quando li o teu texto. Nossos cabelos brancos e "algumas" marcas de expressão representam nossas experiências que pensamos transmitir aos mais jovens. Ainda mais porque cursar Comunicação nos anos 70 já foi um fato memorável. Continuemos a festejar esses 30 anos!!!Abraços. Claudete
Como diz a Clarice: a Agenda "interessante" não é a vermelha, da Claudete. É a dela, a marronzinha...
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