sábado, 3 de maio de 2025

Cinco Linguagens do Amor

 Leituras e lembranças:

O livro "As Cinco Linguagens do Amor", escrito pelo pastor americano Gary Chapman, explora diferentes possibilidades pelas quais as pessoas expressam e experimentam o amor. É um exercício de autoconhecimento e de aprendizado no que se refere às pessoas marcantes em nossas vidas: esposos, esposas, filhos, pais, amigos…

Chapman sugere que alguns elementos são referenciais para melhorar os relacionamentos familiares, em especial, entre casais. Começa por “Palavras de Afirmação”, quando se expressa afeto e apreço por elogios, palavras de encorajamento e afirmações verbais. Segue com “Tempo de Qualidade”, onde se dedica atenção exclusiva e focada ao parceiro, realizando atividades juntos e criando momentos de conexão.

Na sequência, vem “Receber Presentes”, como a forma de expressar amor por presentes significativos e atenciosos, que demonstrem que a pessoa foi lembrada e valorizada. Segue “Atos de Serviço”, em que se demonstra amor mediante ações práticas que ajudem e facilitem a vida do parceiro(a).

Por fim, o “Toque Físico”, ao se expressar e receber amor através do contato físico, como abraços, beijos, carícias e proximidade. A vida afetiva e sexual sendo contemplada como laços criados depois do período inicial da paixão. Vencido este período, que define em torno de dois anos, é crucial estabelecer novas relações, baseadas no respeito e afetividade.

O livro argumenta que cada pessoa tem uma linguagem do amor primária, aquela que ressoa mais profundamente e faz com que se sinta verdadeiramente amada. Quando os parceiros aprendem e falam a linguagem do amor um do outro, seus laços emocionais se fortalecem e seus relacionamentos se tornam mais satisfatórios.

O livro não é “bíblia”, mas referencial para reflexão. Foi motivo para uma Escola de Formação do Movimento Familiar Cristão. Deixei claro que já terá prestado um grande serviço se conseguir fazer com que as pessoas se disponham a parar para pensar suas relações. O objetivo final é que importa: ajudar os casais a se comunicarem melhor, a cultivarem um amor duradouro e significativo. (Com pesquisa da I. A. Gemini).


sexta-feira, 2 de maio de 2025

Doces afetos, doces lembranças…

Envelhecer é o tempo em que

As memórias revisitam o passado,

Especialmente, quando preparavas

As folhas secas para a infusão de um chá.

O ritual de reunir plantas ou ervas

Fazia a existência não se importar em esperar.

Desde o momento em que a água estivesse no ponto

E a paciência para imergi-las, ainda borbulhante,

Mexendo com a leveza de uma bênção

E abafando, como quem preserva o Sagrado...

 

Aguardar pelo tempo que o relógio não marca,

Pleno da intuição do momento,

Onde apenas o sentimento trama os minutos e as horas.

Ao levantares a tampa do bule aloçado,

O aroma emerge, penetrando por todos os sentidos.

Cumpre-se a solenidade em que as mãos postas

Oferecem aos céus a xícara em que depositas

O líquido precioso com o qual partilhas a vida.

 

Um dia, quando o chá aquecer as lembranças,

Sentarei na cadeira que embala meus sonhos,

Repousando meu corpo no aguardo.

Ao sorver goles de encantamento,

Com as mãos aquecidas em torno da louça,

Revivo momentos em que esperei por ti 

Para compartilhar doces afetos, doces lembranças. 

Tomando chá… ou, quem sabe, um café,

Fumegante com o perfume da saudade!


terça-feira, 29 de abril de 2025

Nos ecos da Semana Santa…

Por muito tempo, o período da Semana Santa, que inicia no domingo de Ramos e vai até a celebração da ressurreição de Jesus, pelos cristãos, era a culminância da Quaresma. Adequado para a introspecção, o diálogo consigo mesmo, ou seja, a reflexão e a meditação. Nos trabalhos que faço com Comunicação Motivacional, defendo ser a chave para integrar autoconhecimento e a compreensão das emoções, num tempo em que a pressa do “fazer” tirou a capacidade do pensar e planejar a própria vida.

Quando se fala em “reflexão”, está se referindo ao momento de parar, observar pensamentos e sentimentos, e questionar experiências, revisando a própria vida. Podemos nos perguntar: "Por que reagi dessa forma?", "O que essa emoção está tentando me dizer?", "Quais padrões de pensamento estão influenciando minhas ações?". A reflexão ajuda a aprender com o passado, a entender o presente e a planejar o futuro com mais clareza.

Já a meditação é a prática que aquieta a mente e cultiva a presença no agora. Através da meditação, pode-se observar pensamentos e emoções sem nos identificarmos com eles, como se fossem nuvens passageiras no céu das nossas consciências. Essa prática fortalece a capacidade de concentração, reduz o estresse e conecta com uma parte mais profunda de nós mesmos.

Quando se descobre a beleza da prática da reflexão e da meditação, também se consegue fazer a retroalimentação. Pois quanto mais nos conhecemos, mais fácil fica identificar e compreender as emoções. E, quanto mais se cultiva o diálogo interno, mais profundo se torna o autoconhecimento e a capacidade de lidar com o nosso mundo emocional.

Tempos religiosos são propícios para se pautar a vida para além das necessidades imediatas. Infelizmente, a laicização penetrou no campo espiritual e transformou em “técnicas” o que é a capacidade de respirar, transcender o momento presente, angústias e necessidades imediatas. Não apenas o cristão que vivencia os tempos de fé, mas a oportunidade de se conectar com o transcendente no que sonha o espírito e no qual o próprio corpo anseia por serenar…


domingo, 27 de abril de 2025

Simplesmente assim: Desnudar-se

Percorro a ladainha dos meus sonhos

Como quem se joga na profundeza de uma prece.

O murmúrio das minhas intenções

Ganha eco nas palavras intencionadas.

Sem a profundidade do que brota do coração,

O que emerge dos sentidos

Apenas colore o horizonte dos desejos,

Com a ânsia de desvelar os olhos para o Infinito.

 

Denudar-se diante do Eterno é a oração 

Que alcança o espírito, quando se 

Chega mais perto do que transcende a realidade.

A sintonia que beira a perfeição.

A carência dos sentimentos antecipa

A possibilidade de serenar a alma,

Entregando-se ao que nos seduziu 

Pelo etéreo sentido da própria fé!


sábado, 26 de abril de 2025

Inverno Russo, de Daphne Kalotay

"Inverno Russo", da escritora americana Daphne Kalotay, é um romance que tece habilmente o passado e o presente, a Rússia pós-Segunda Guerra Mundial e a Boston contemporânea, através da vida da ex-bailarina do Bolshoi, Nina Revskaya. Daqueles livros que te prende aos poucos, situando, na Boston atual, a idosa e debilitada artista, que decide leiloar sua valiosa coleção de jóias. Cada peça detém memórias vívidas de seu tempo na Rússia, de seus amigos artistas sob o regime stalinista e do segredo obscuro que a levou a fugir para uma nova vida.

A narrativa intercala o presente, acompanhando a organização do leilão, enquanto as revelações surgem sobre o passado de Nina, com a história dela jovem na Rússia. Um mergulho em seu treinamento rigoroso no Bolshoi, relacionamentos complexos, o ambiente opressivo e a crescente paranoia da era stalinista. A história explora temas como amor, perda, traição, redenção e o poder duradouro da arte em meio a turbulências históricas.

O texto de Kalotay é elegante e envolvente, com personagens bem construídos e cenários ricamente detalhados. Equilibra suspense e emoção, conduzindo o leitor por segredos e revelações até um final surpreendente. "Inverno Russo" é um livro cativante que combina mistério, romance e drama, oferecendo uma visão fascinante do mundo do balé russo e da vida sob um regime totalitário. É uma leitura recomendada para quem aprecia ficção histórica bem escrita, com personagens complexos e uma trama envolvente.

Após tê-lo comprado num sebo, emprestei ou sugeri para poucos. É uma obra que possui toque refinado de algo que se degusta como um apreciador que reserva seu tempo para acarinhar um bom vinho... Um mergulho em dois mundos distintos, onde se surpreende com a descrição das paisagens e a densidade dos personagens. Ficção histórica é a literatura que compensa as lacunas dos registros oficiais, onde, quase sempre, estão ausentes as vivências das pessoas comuns que, de fato, sangram para descrever a própria vida. (com pesquisa da I.A. Gemini)  

Este e outros textos em manoeljesus.blogspot.com. 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Para, enfim, não chorar em silêncio…

Desvelar um outro olhar passa por

Um sorriso distraído, vistas abaixadas,

Mostrando que se anseia em fugir da rotina,

Conseguindo estender o que se vislumbra

Para além da imaginação.

A vida acomodada na mesmice

Vai, aos poucos, toldando a visão.

Embretar-se por caminhos repetidos

Não apenas anestesia os sentidos,

Também anula os sentimentos.

 

O fundo do poço é quando se pensa:

"Não vale mais a pena."

Tudo pelo qual se lutou

Parece não dar em nada.

Forças e energias drenadas por aquilo que,

Hoje, já não se sabe se era importante.

Desfilam pelas memórias

Momentos bons e outros nem tão bons assim.

Como muitos rostos que foram

Se perdendo pelos labirintos das memórias.

 

As palavras esvoaçam com a brisa.

Quando o vento bate na roseira

Traz o eco de muitas e sentidas saudades.

Alongar a vida é experimentar que

O tempo é o senhor das lembranças.

Colocando no rosto um sorriso enviesado,

Finalmente, mostra

O quanto se perdeu com detalhes,

Enquanto o certo seria apenas amar e sorrir

Ou, quem sabe, sorrir e amar...

Para, enfim, não chorar em silêncio…


terça-feira, 22 de abril de 2025

As cinco linguagens do amor na família

No dia 24 de abril, uma quinta-feira, vou estar na capela do Cenáculo, em Pelotas, atendendo convite da equipe Família de Nazaré, do Movimento Familiar Cristão, para uma Escola de Formação. Volto às atividades com este grupo - o que me dá uma grande alegria - para conversar sobre o livro do pastor Gary Chapman "As Cinco Linguagens do Amor". Claro que o destaque será este lugar tão importante para todos nós - a família - de onde bebemos e vivenciamos referências para comportamentos sociais e da fé.

Chapman oferece um panorama das formas como as pessoas expressam e recebem amor, algo que se entrelaça com a visão cristã católica sobre a família. A Igreja Católica a valoriza como um alicerce da sociedade, um local de amor, apoio e crescimento. É vista como um reflexo do amor divino, onde o amor conjugal e parental espelha o amor de Deus pela humanidade. A importância do amor, do respeito e do serviço mútuo dentro da família é constantemente enfatizada.

Na visão católica, as cinco linguagens do amor (palavras de afirmação, tempo de qualidade, presentes, atos de serviço e toque físico) podem ser vistas como ferramentas para fortalecer os laços familiares, em consonância com seus ensinamentos. Promover um ambiente familiar amoroso, harmonioso, onde cada membro é valorizado e amado. Onde se busca o bem-estar do próximo, expresso por atos de serviço, palavras de afirmação e qualidade do tempo de convívio.

É importante não esquecer que se torna essencial lembrar que o amor cristão vai além das emoções e sentimentos, envolvendo também o compromisso, o sacrifício e o serviço ao próximo. A aplicação das linguagens do amor deve ser guiada pelos princípios cristãos do amor, respeito e compaixão. "As Cinco Linguagens do Amor" pode ser uma ferramenta útil para fortalecer os relacionamentos familiares, desde que aplicada à luz dos valores e ensinamentos cristãos católicos sobre a família.

Passados cinco anos do início da pandemia, claudicantes no convívio, os grupos sociais e religiosos precisam do estímulo da corresponsabilidade para se reenergizar. O conhecimento das teses é muito importante, mas, mais ainda, o convívio carinhoso de quem se encontra na fé. O desafio é grande, tendo em vista que o fortalecimento de laços se dá no presencial. A educação emocional se concretiza quando se compartilha experiência e testemunho. Garantindo o resgate dos mais elementares valores familiares…