Artigo da semana:
A luta do final de semana entre Popó e Wanderlei Silva teve um lance que poderia ser sutil se não fosse a realidade em que se vive: a necessidade de um meio de comunicação de classificar um dos oponentes como “bolsonarista” (polarização e dicotomia). O que era para ser uma disputa esportiva acabou virando o que os antigos vão lembrar: “um ringue 12 Marinha Magazine”. Referência às lutas ensaiadas das décadas de 60 e 70, transmitidas pela televisão. Só que desta vez não havia combinação de coreografia e o pau comeu solto!
Brutalidade é o que esperam os espectadores que atravessam a madrugada em busca de um confronto. Mas surpreende (?) que esteja se normalizando o uso de expressões da política em áreas da cultura popular (desde as arenas e os gladiadores, estes confrontos fazem parte do “pão e circo”) que oferece àqueles que têm uma mentalidade mais simples um entretenimento que dispensa reflexão. Basta se “divertir” com os murros que se gostaria de dar, restando os meios de comunicação para sublimar desejos e frustrações.
Em aula, encontro arautos de um pensamento mais à esquerda ou à direita. No caso da Igreja Católica, conservadores ou progressistas. O “nós contra eles” é uma experiência em que fui testado em sequência de embates onde, ao invés do confronto, se prefere “comer pelas beiradas”, isto é, apresentar a pílula dourada e cativar incautos. É uma questão de tempo para se ver o quanto mentes menos preparadas assimilam o “discurso”, muitas vezes sem a capacidade de entendimento, mas como “papagaios de pirata”.
Difícil convencer as pessoas de que também são instrumentalizadas. Um observador percebe o quanto o conservadorismo varre os continentes, focando, especialmente, nos pontos de difusão do conhecimento. No caso da Igreja Católica, o próprio Vaticano, terra de disputa entre conservadores e progressistas. Também manipulados por políticos ao nível internacional, desejosos de fazer uma foto com o papa Leão, mas não de seguir seus conselhos. Pressionando para retroceder em tudo aquilo que avançou o papa Francisco.
As relações internacionais já foram pautadas pela lógica do comércio e respeito aos bons negociadores. Hoje, virou terra de ninguém. A última assembleia das Nações Unidas foi trágica e cômica: alguns políticos, sem qualquer preocupação com a desfaçatez, transformaram o que deveria ser um dos espaços mais sagrados para tratar dos problemas da humanidade em piada. Mentiras foram ditas, engôdos declarados e restou o gosto de que a sociedade virou massa de manobra por interesses escusos. Entre Popó, Wanderlei e nossos políticos, apele-se para o Chapolin Colorado: “quem poderá salvar-nos?!”
(Imagem gerada pela IA Gemini. https://youtu.be/miund8jyBFI?si=2_TAEukoS-Yhu3dE)
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