domingo, 5 de outubro de 2025

Enfim, encontrarei a paz…

Simplesmente assim:


A imaginação percorre caminhos

Traçados pelas estrelas por entre os mistérios do firmamento.

Ali, foi definido o rumo que um dia vou percorrer.

Não resisto em acalentar o sonho de que

Tenho um lugarzinho reservado nos Céus…

Sentar aos pés de uma grande roda,

Onde se reúnem aqueles que me fazem falta.

Quedar-me em doce contemplação,

Embevecido pelas vozes que alimentam minhas saudades.

 

E quando, cansado, cerrar os olhos,

Ouvindo o murmúrio das conversas que prolongam meu passado,

Perceberão um sorriso apossando-se do meu rosto.

Encostado de encontro às pernas de quem amei,

Enquanto sua mão acaricia minha cabeça,

Enfim, encontrarei a paz…

Serão poucas as palavras,

Muitos os silêncios.


O sentimento de que contemplar a Eternidade

É dar sentido a tudo aquilo que, em vida, um dia me fez feliz!


(Imagens geradas pela IA Gemini. Áudio e vídeo em https://youtu.be/fFUv9o3NOtI)


sábado, 4 de outubro de 2025

Seja Fiel aos Seus Sonhos

 

Leituras e lembranças:

O monge beneditino e escritor alemão Anselm Grün reflete sobre a importância de manter vivos os desejos mais profundos e de encontrar a plenitude na experiência do presente. Parte da premissa de que o desejo é força vital inata ao ser humano, que "não se deixa abater por nada". Pois, embora a euforia e a intensidade dos sonhos da juventude possam diminuir com o tempo, o desejo, em essência, não se extingue, mas transforma-se e se aprofunda.

Convida a "fazer-se desejo pela própria vida". Não trata apenas de metas e objetivos futuros, mas principalmente da urgência de viver o momento presente com consciência e plenitude. O principal desejo, segundo ele, deve ser o de "Descobrir como a vida é fantástica e perceber isso agora". Grün utiliza sua experiência como conselheiro espiritual e profunda familiaridade com a espiritualidade beneditina e a psicologia (especialmente a de C.G. Jung) para guiar o leitor. 

Aborda temas como: A natureza do desejo e a distinção de simples anseios superficiais; a necessidade de nutrir os sonhos em cada fase da vida; a arte de descobrir e viver as maravilhas do exato momento; como lidar com as desilusões e transformá-las em oportunidades de crescimento; a relação entre os sonhos e a busca por um sentido maior na vida. Em suma, é um manual de espiritualidade que incentiva a fidelidade à vocação interior, encontrando a satisfação não em um futuro distante, mas no aqui e agora.

O mérito de Grün é unir sabedoria milenar (a tradição monástica) com uma linguagem acessível e contemporânea. Destaca-se a conexão espiritual e psicológica, pois consegue integrar a visão de que a fidelidade aos sonhos é um caminho de autoconhecimento e espiritualidade. Não propõe apenas uma busca por sucesso material, mas uma jornada interior em direção à totalidade do ser, à nossa "verdadeira imagem".

Oferece um contraponto à cultura da incessante busca pelo futuro. Ao focar na "urgência de vivê-lo" (o momento), ensina que a plenitude está em valorizar o que se tem e o que se é, o que é um bálsamo para a ansiedade moderna. Ênfase na universalidade da mensagem, já que a importância do desejo e do sonho toca qualquer um, independente de sua fé ou estilo de vida. O conceito de transformação do sonho é poderoso. Valida a experiência de quem sente que os sonhos de juventude "morreram", mostrando que eles apenas evoluem.

Como em muitas obras de espiritualidade, o tom pode ter, por vezes, excesso de otimismo. Embora a intenção seja inspirar, a realidade de lidar com grandes frustrações pode exigir mais do que apenas a "descoberta do fantástico" no presente. Grün compensa ao discutir a paciência, o silêncio e a aceitação como partes do processo. Motivo pelo qual "Seja Fiel aos Seus Sonhos" é recomendado para quem busca uma espiritualidade encarnada, que valoriza a vida comum e ensina a encontrar o sagrado no cotidiano. Inspira a coragem de desejar e a disciplina de viver conscientemente.

(Pesquisa com a IA Gemini. Áudio e vídeo em https://youtu.be/2emgPpXlPRw?si=GJUBH5ach_C0EJfo)

Quem poderá salvar-nos da polarização?

 Artigo da semana:

A luta do final de semana entre Popó e Wanderlei Silva teve um lance que poderia ser sutil se não fosse a realidade em que se vive: a necessidade de um meio de comunicação de classificar um dos oponentes como “bolsonarista” (polarização e dicotomia). O que era para ser uma disputa esportiva acabou virando o que os antigos vão lembrar: “um ringue 12 Marinha Magazine”. Referência às lutas ensaiadas das décadas de 60 e 70, transmitidas pela televisão. Só que desta vez não havia combinação de coreografia e o pau comeu solto!

Brutalidade é o que esperam os espectadores que atravessam a madrugada em busca de um confronto. Mas surpreende (?) que esteja se normalizando o uso de expressões da política em áreas da cultura popular (desde as arenas e os gladiadores, estes confrontos fazem parte do “pão e circo”) que oferece àqueles que têm uma mentalidade mais simples um entretenimento que dispensa reflexão. Basta se “divertir” com os murros que se gostaria de dar, restando os meios de comunicação para sublimar desejos e frustrações. 

Em aula, encontro arautos de um pensamento mais à esquerda ou à direita. No caso da Igreja Católica, conservadores ou progressistas. O “nós contra eles” é uma experiência em que fui testado em sequência de embates onde, ao invés do confronto, se prefere “comer pelas beiradas”, isto é, apresentar a pílula dourada e cativar incautos. É uma questão de tempo para se ver o quanto mentes menos preparadas assimilam o “discurso”, muitas vezes sem a capacidade de entendimento, mas como “papagaios de pirata”.

Difícil convencer as pessoas de que também são instrumentalizadas. Um observador percebe o quanto o conservadorismo varre os continentes, focando, especialmente, nos pontos de difusão do conhecimento. No caso da Igreja Católica, o próprio Vaticano, terra de disputa entre conservadores e progressistas. Também manipulados por políticos ao nível internacional, desejosos de fazer uma foto com o papa Leão, mas não de seguir seus conselhos. Pressionando para retroceder em tudo aquilo que avançou o papa Francisco.

As relações internacionais já foram pautadas pela lógica do comércio e respeito aos bons negociadores. Hoje, virou terra de ninguém. A última assembleia das Nações Unidas foi trágica e cômica: alguns políticos, sem qualquer preocupação com a desfaçatez, transformaram o que deveria ser um dos espaços mais sagrados para tratar dos problemas da humanidade em piada. Mentiras foram ditas, engôdos declarados e restou o gosto de que a sociedade virou massa de manobra por interesses escusos. Entre Popó, Wanderlei e nossos políticos, apele-se para o Chapolin Colorado: “quem poderá salvar-nos?!”

(Imagem gerada pela IA Gemini. https://youtu.be/miund8jyBFI?si=2_TAEukoS-Yhu3dE)