Ainda é cedo para dizer algo com maior durabilidade (em definitivo, é praticamente impossível) sobre a escolha do papa Leão XIV para conduzir os destinos da igreja Católica. Uma coisa é certa. Embora sua "juventude", não possui o carisma do papa que sucedeu. E isto é natural. A história vai mostrar que Francisco foi o dirigente religioso adequado para um momento de muitas dificuldades na instituição. O certo é que novos tempos pedem novos protagonistas.
Parece ser este o caso do escolhido no recente conclave dos cardeais, numa cobertura internacional que mobilizou o Mundo. Hoje, embora conservadores vociferem, não têm forças para impor o retrocesso pretendido por grupos políticos que gostariam de transformar a religião em quintal dos seus interesses de poder - político e econômico. No entanto, o peruano (de origem americana) parece não ter medo de ser continuidade. A primeira bênção a Roma e ao Mundo mostrou afinação com a pregação do seu antecessor.
Na relação com Francisco, a diferença é que, enquanto este precisava sanar problemas internos - como pedofilia, escândalos bancários e tráfico de influência - hoje, os problemas sociais estão exacerbados. A fome, miséria, migrações, guerras, o desequilíbrio climático são pautas das relações institucionais de uma religião que tem sobre os ombros ser referencial moral e ético. Além de representar um estado de direito.
Apesar de Francisco ter carinho popular, não mereceu atenção e respeito no meio da política internacional. Ao que parece, o novo papa tem perfil e preparo para se posicionar com mais firmeza. Afinal, trabalha numa terra que já foi arada, adubada e semeada por seu antecessor. Os sinais dados como homem formado por religiosos agostinianos são o suficiente para se perceber a reverência que tem pelo papa Francisco.
Mesmo que comparações sejam inevitáveis, são desnecessárias. É preciso um tempo para sedimentar seu estilo. As mudanças nos últimos 12 anos recuperaram muito do que foi a pregação do Concílio Vaticano II e da Doutrina Social da Igreja, cujo incentivador foi exatamente Leão XIII. Um caminho traçado para cristãos católicos (e homens e mulheres de boa vontade) que acreditam ser tempo de estabelecer pontes para uma humanidade que vê na religião a oportunidade de fazer do mundo a tão sonhada casa comum.
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